O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Santarém (PA) nessa segunda-feira (07) para a inauguração da Infovia 1, que visa garantir internet rápida a três milhões de pessoas na região Norte. Na oportunidade, houve um encontro virtual com representantes de entidades que se destacam na área da telessaúde na região, entre elas, o Hospital Universitário Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUGV-Ufam/Ebserh).
Entre os projetos desenvolvidos pelo Hospital ele está o “Telemonitoramento de Pré-natal de Alto Risco para Regiões Remotas do Amazonas (Telepnar)”. Iniciado em 2022, ele tem facilitado o acesso das adolescentes e mulheres de localidades mais afastadas a um pré-natal seguro. Atua em um terço dos municípios do Amazonas, além de desenvolver capacitações para os profissionais de saúde que trabalham em áreas indígenas com foco no pré-natal de alto risco, em conjunto com os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).
A partir de setembro, o projeto alcançará o DSEI do alto Rio Solimões. Em outubro, será implementado na região do alto Rio Negro, envolvendo cidades como São Gabriel da Cachoeira, considerada a mais indígena do Brasil, com mais de 23 etnias.
Processo de aprendizagem
O médico Pedro Elias Souza, chefe da Unidade de E-saúde do HUGV-Ufam/Ebserh, explicou que estão envolvendo os residentes de todas as especialidades nos projetos de telessaúde, sempre na modalidade de atendimento em tempo real. “Qualquer um dos municípios que participam conosco tem sempre um médico da atenção primária junto com o paciente, porque isso é um processo de aprendizagem, inclusive para as equipes de saúde da família que atuam. Na semana passada, nós começamos a atender pacientes do município Eirunepé, a 1.159 km de Manaus. Para se ter ideia, de rio, a viagem duraria mais de 20 dias”, exemplificou.
Quanto à educação em saúde, o HUGV-Ufam/Ebserh realiza diversas capacitações, além da presencial. Palestras interativas esclarecem dúvidas dos profissionais participantes sobre condições como cefaleia, epilepsia, tuberculose, hanseníase e outras dezenas de temas. “Nós estamos planejando que, até o fim deste ano, possamos ter chegado próximo dos 61 municípios com ações nesta área de teleassistência”, disse Elias.
O especialista estima que até 70% dos pacientes que são encaminhados para Manaus poderiam ter o seu problema resolvido via telemedicina. “A procura por parte das prefeituras é muito grande, especialmente porque estamos em tratativas com o Cosems-AM, que é o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde. Obviamente que o município sabe a importância deste projeto”, finalizou.
O Telepnar é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal do Amazonas e o Ministério da Saúde (MS), por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED). (Confira mais informações sobre o projeto, clicando AQUI). Para além dele, o HUGV atua em telessaúde em 16 municípios do estado, nas especialidades de cardiologia, neurologia adulto e pediátrica, pneumologia, endocrinologia e estomaterapia. Em breve, serão iniciados também os atendimentos nas áreas da pediatria e oftalmologia.
