Duramente criticado pelas viagens para fora da cidade e pelo projeto da “ração humana”, o prefeito de São Paulo, João Doria Jr (PSDB), viu sua popularidade cair de forma vertiginosa após o primeiro ano de mandato. Segundo pesquisa Datafolha publicada nesta terça-feira 5, 39% dos moradores de São Paulo classificam como ruim ou péssima a gestão Doria, número exatamente igual, nesta mesma época, ao de seu antecessor, Fernando Haddad (PT), que no primeiro ano de mandato enfrentou a crise de junho de 2013.
Ainda segundo a pesquisa, enquanto 39% reprovam a gestão, 31% a avaliam como regular e 29% a classificam como boa ou ótima. O maior índice de avaliação ruim ou péssima (44%) está entre os que ganham até dois salários mínimos (1.874 reais), enquanto os mais ricos (renda superior a 9.370 reais) são os que mais aprovam Doria (45%). Entre as mulheres, 44% reprovam a gestão. Entre os homens, o cenário é dividido, com 35% de regular, 33% de ruim/péssimo e 32% de bom/ótimo.
A imagem de Doria se deteriorou de forma rápida nos últimos meses. No início de outubro, outra pesquisa Datafolha mostrou que o porcentual de paulistanos que avaliava sua gestão como ruim ou péssima era de 26% ante os 39% de agora. No mesmo período, os que avaliavam a gestão como regular foram de 40% para 31%.
Este período coincide com a crise da “farinata”, o alimento granulado sintetizado a partir de feijão, arroz, batata e tomate próximos do seu vencimento que o prefeito desejava usar no combate à fome. Em 18 de outubro, Doria defendeu o alimento, apelidado de “ração humana” pelos críticos e disse que “o pobre tem fome, o pobre não tem hábito alimentar”. No mesmo dia, anunciou que a farinata estaria nas merendas de escolas municipais. Diante das inúmeras críticas, Doria recuou e, em novembro, desistiu oficialmente da farinata.
O Datafolha ouviu 1.085 moradores de São Paulo entre 28 e 30 de novembro, em um levantamento com margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.