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Resgate do hino e inauguração de centro cultural marcam aniversário de Manaus

No dia em que a capital do Amazonas completou 350 anos, neste 24 de outubro, a Prefeitura de Manaus celebrou a data promovendo o resgate da identidade e do orgulho do povo manauara. Na quinta-feira, a população prestigiou a histórica apresentação do Hino de Manaus, que foi regravado e agora será popularizado, além de receber mais um espaço para valorização da sua cultura – o Centro Cultural Óscar Ramos – uma homenagem ao renomado artista amazonense que morreu em junho deste ano.

Foi no Paço Municipal, que abriga o Museu da Cidade de Manaus, inaugurado pelo prefeito Arthur Virgílio Neto no aniversário da cidade do ano passado e por onde já passaram mais de 70 mil visitantes, que a composição de Nicolino Milano e Thaumaturgo Sotero Vaz, datada de 1906 e oficializada como Hino de Manaus há 16 anos, foi tocada ao público pela camerata da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Após criterioso estudo do maestro Otávio Simões, sob a coordenação do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), o hino foi regravado pela Orquestra Amazonas Filarmônica e pelo Coral do Amazonas e será distribuído nas escolas públicas em CD e DVD, além de versões digitais em áudiovídeo e livro, oportunizando que crianças e jovens conheçam mais da história da cidade. Com a nova versão, o tom foi alterado, adaptado para a voz, com apoio de instrumentos de orquestra, como violinos, violoncelos, violas, contrabaixos, flautas, fagotes, entre outros. Também foi feita uma versão para piano.

Homenagem póstuma

Ainda dentro da programação de aniversário realizada no Centro Histórico, as casas 69 e 77, que figuram entre as residenciais mais antigas da cidade, localizadas na rua Bernardo Ramos, foram inauguradas em uma solenidade carregada de emoção. As casas foram restauradas pela Prefeitura de Manaus e passam a ser sede do Centro Cultural Óscar Ramos, que teve como estreia a performance do ator Akamouth Ysraeli, apresentando “Rastros de Pessoa, poemas: Linha Reta e Tabacaria” e “Epílogo da Paixão de Ajuricaba”.

“Esse centro é presente do próprio Óscar, que ainda em vida doou suas obras. O Óscar era muito maior do que eu e sua grandeza não caberia na minha casa, daí a ideia desse espaço, para continuar uma grande paixão dele, que era permitir que os jovens experimentassem a arte”, disse em tom de saudosismo o vice-presidente da Manauscult e curador do Centro Cultural Óscar Ramos, José Cardoso, amigo do homenageado.

Familiares e amigos de Óscar Ramos, dentre os quais personalidades importantes da cultural local, fizeram questão de estar presentes na inauguração. “Ele era um nome muito respeitado pelos artistas brasileiros e a cidade de Manaus foi capaz de reconhecê-lo. Antes de morrer foi curador do Museu da Cidade e, mesmo depois de partir, deixa esse rico legado para as futuras gerações”, disse o presidente do Concultura, Márcio Souza. “Uma iniciativa muito simbólica. É mais um espaço cultural no Centro, que vai acrescentar muito para quem frequenta essa área da cidade, para o turismo e para a cultura”, comentou o secretário de Estado de Cultura, Marcos Apolo.

Para o primo do homenageado, Antônio Ramos, o sentimento era de orgulho e gratidão. “O Óscar era um artista que gostava muito dessa área histórica da cidade. Esperamos que artistas, turista e estudantes continuem utilizando desse espaço”, reforçou.

Funcionamento

O Centro Cultural Óscar Ramos deverá funcionar nos mesmos horários do Museu da Cidade, de terça a domingo, das 9h às 17h. Na casa 69 estará a exposição permanente do Óscar Ramos, com pintura, escritos, figurinos, produções, desenhos de moda do artista e objetos pessoais, como mobílias e capas de LPs. Já a casa 77 sediará exposições temporárias de Óscar Ramos e outros artistas, com quadros que nunca foram expostos, entre outros materiais.

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