O processo de vazante continua em parte da região amazônica. Em Manaus (AM), o rio Negro chegou à cota de 27,51 metros nesta quarta-feira (21/8), conforme a medição do porto.
“O período de recessão, representado pelas descidas tem sido regular, mas em algumas estações como Manacapuru (AM), Manaus (AM) e Itacoatiara (AM), as cotas são consideradas altas para o período sob influência da cheia de 2025. Nas próximas semanas a vazante tende a se intensificar com declínios diários maiores”, explica a pesquisadora em geociências Jussara Cury, superintendente regional do Serviço Geológico do Brasil (SGB), de Manaus.
Ela acrescenta que na região de cabeceira, como no alto Solimões, ocorreram chuvas isoladas que influenciaram as descidas menos intensas nos últimos dias.
Em Tabatinga (AM), a cota do rio Solimões é de 5,22 m; em Itapéua (AM), é de 15,15 m; e em Manacapuru (AM), de 18,37 m. Em Beruri (AM), o rio Purus registra descidas diárias de 6 cm e marca 19,36 m. O Madeira está na cota de 4,65 m em Porto Velho (RO).
Apenas o rio Branco segue subindo em Caracaraí (RR) e registrou 6,85, na terça-feira. Em Boa Vista (RR), após reduções, o nível chegou a 5,19 m e está dentro da faixa de normalidade para o período.
Monitoramento
O monitoramento dos rios é feito a partir de estações, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações e gera informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações estão disponíveis na plataforma SACE e são atualizadas diariamente.
O SGB atua em diversas frentes para apoiar estratégias de prevenção de desastres em todo o país. Além da operação dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB realiza o mapeamento de áreas de risco, contribuindo para a gestão territorial e a segurança da população. A instituição também oferece o aplicativo Prevenção SGB, que disponibiliza ao cidadão informações sobre áreas com risco de deslizamentos, inundações e outros eventos geohidrológicos.
Outra ação estratégica é a manutenção do Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), que reúne dados sobre poços em todo o território nacional e apoia decisões relacionadas ao abastecimento hídrico em períodos de escassez.