A segurança energética de Roraima está sob grave ameaça. Caso a presidente da Funai, Joenia Wapichana, assine uma portaria de restrição de uso no município de Silves e Itapiranga, no Amazonas, o estado pode enfrentar um colapso total no abastecimento de energia.
Natural de Roraima, Joenia Wapichana enfrenta uma decisão crítica: o ato, baseado em relatos de indígenas isolados ainda sem comprovação definitiva, pode resultar na interrupção das operações de gás natural essenciais para a usina Jaguatirica II. Essa usina é responsável por fornecer 70% da energia elétrica ao estado, que não está conectado ao Sistema Nacional de Energia e, portanto, não possui alternativas imediatas.
Risco é grande
A recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para interditar áreas em Silves e Itapiranga, onde se encontram empreendimentos estratégicos, como o da Eneva, ameaça a sobrevivência energética de Roraima. Sem o gás natural dessas áreas, apagões generalizados atingiriam hospitais, escolas, empresas e a vida cotidiana de mais de 600 mil pessoas. A ausência de um “plano B” agrava a situação, deixando o estado de Roraima à beira de um caos energético, econômico e social.
Impacto social e econômico
A suspensão da exploração de gás também devastaria as economias locais do Amazonas, afetando empregos e arrecadação de impostos, enquanto o colapso energético em Roraima traria prejuízos incalculáveis. Além disso, a Funai enfrenta pressões jurídicas: o prazo de 10 dias imposto pelo MPF para uma resposta pode resultar em ações judiciais contra seus dirigentes, aprofundando a crise.
Conflito de interesses
Empresas como Eneva e Mil Madeiras Preciosas ainda não foram oficialmente notificadas, um sinal de falta de coordenação que pode agravar os conflitos e atrasar uma solução equilibrada. A possível decisão de Joenia Wapichana coloca em evidência a complexa relação entre a preservação dos povos indígenas e a segurança energética de um estado já vulnerável.
Com 70% da energia de Roraima em jogo e milhares de famílias dependendo disso, a decisão da presidenta da Funai pode não apenas mergulhar seu estado de origem no escuro, mas também desencadear uma crise sem precedentes na região Norte.