Em solenidade marcada pelo bom humor, críticas quanto à forma como o governo trata as bibliotecas e com direito a sessão de autógrafos e exposição de obras feita pelo próprio autor, a Academia Amazonense de Letras lançou, no sábado, 6/04, seis livros do total de 15 novos títulos editados pela entidade neste primeiro semestre de 2019.
A festa literária teve início às 09h30m com o presidente da Academia, o historiador Robério Braga, chamando para a mesa os membros da diretoria, os imortais Marilene Correia, Márcio Souza e Sérgio Cardoso.
Com o auditório praticamente lotado, os amantes da literatura amazonense puderam receber gratuitamente, das mão dos próprios autores, autografado, os livros “Teatro Seleto”, (Márcio Souza); Jardim da Minha Mãe ( Almir Diniz), Jonas da Silva –Vida e Poesia (Robério Braga), “Teatro das Mulheres de Lazone”(Sérgio Vieira Cardoso)“Envelhecer é um Privilégio”(Euler Ribeiro/ Ivana da Cruz) e “A Sociologia Crítica e a Questão Social” (Marilene Corrêa).
Depois de fazer uma ligeira abertura da cerimônia, Robério arrancou risos ao anunciar:
— Agora deixa eu passar a palavra para a professora Marilene, antes de eu der enquadrado na Lei Maria da Penha.
Academia não é sisuda
Marilene teceu comentários sobre sua obra sendo seguido por Sérgio Cardoso. Neste momento, Robério novamente fez os convidados gargalhares ao comentar. “Agora não sei para quem passo a palavra. Ou pro Márcio Souza ou Sérgio Cardoso. Acho que vou obedecer ao critério da idade”. E passou o microfone para Cardoso, que conversou descontraidamente com a plateia, garantindo que, quando escreve suas peças de teatro vê gente que já morreu e ouve vozes” (risos).
Márcio Souza expôs o conteúdo de seu “Teatro Seleto”, mas não antes de criticar o fechamento de mais de 400 livrarias no país, nos últimos meses. Observando que não tem nada contra os atributos a cantora Popuzuda, o escritor e dramaturgo disse que bem lutado para implantar bibliotecas no interior, cujo investimento não ultrapassava a R$ 1 milhão, o dinheiro acabou indo para as atrações da festa de réveillon
O escritor Almir Diniz, 82, se comoveu e comoveu a todos ao declamar o poema “O Jardim da Minha Mãe”, que dá título ao seu livro. “Mãe/ senti no coração tanta dor/ tal comoção e tão imenso desgosto/ que, cheio de pasmo e espanto/ refuguei-me num canto/ pensando esconder o pranto/ que escorria do meu rosto…”, declamou Diniz.
Ao fazer exposição de “Jonas da Silva – Vida e Poesia”, o presidente da AAL, Robério Braga, disse que ao divulgar a sessão de lançamento das obras, foi perguntado se não estava na hora de mudar os ares de “sisudez” da Academia.
— Como os senhores estão presenciando aqui neste sábado, a Academia não tem nada de sisudez. Alguém aqui acha a academia “sisuda”? –, provocou. Todos responderam com um sonoro “não”.
Uma manhã convidativa e que fica com ares de que o ano da AAL será de muita alegria.
Texto: Mário Adolfo – Fotos: Mário Adolfo Filho