A BR-319, principal ligação terrestre entre Manaus e Porto Velho, vive o momento mais ativo em décadas. Atualmente, equipes trabalham no Lote C, entre o km 198 e o km 250 - saindo de Manaus - , com pavimentação e recuperação de trechos críticos. Também estão em execução ou concluídas pontes importantes, como as do Rio Curuçá e do Autaz Mirim, e está prevista a construção da ponte do Igapó-açu.
Esses serviços já reduzem as dificuldades de quem depende da estrada, especialmente no transporte de cargas e na locomoção de moradores das comunidades ao longo da rodovia.
O desafio do “trecho do meio”
Apesar dos avanços, o ponto mais delicado da BR-319 continua sem asfalto contínuo. Conhecido como trecho do meio, abrange aproximadamente 405 km, do km 250 ao km 655, em uma área de charcos, várzeas e igarapés.
Por causa dessa geografia, o licenciamento ambiental é mais complexo. A pavimentação só poderá começar depois de autorização dos órgãos ambientais federais, como o Ibama, e de estudos que assegurem que não haverá estímulo ao desmatamento ou à grilagem.
🚜BR-319🌳
— Mário Adolfo Filho (@marioadolfo) September 14, 2025
1️⃣ Obras a todo vapor: A BR-319 já tem frentes de trabalho em andamento. O chamado Lote C está sendo asfaltado do km 198 ao km 250;
2️⃣ O gargalo: O trecho do meio (km 250 a km 655) segue sem asfalto contínuo. Falta o licenciamento ambiental para iniciar a pavimentação.… pic.twitter.com/F98aoEi0hK
O que a comitiva foi fazer
No último sábado (13), os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM) e o deputado federal licenciado Saullo Vianna (União-AM) saíram em caravana de Manaus rumo a Humaitá para mostrar a realidade da rodovia.
Durante o percurso, o grupo registrou trechos críticos, acompanhou frentes de obra no Lote C e conversou com moradores e trabalhadores que dependem da estrada para escoar produção e acessar serviços básicos.
O que disseram os parlamentares
O senador Eduardo Braga destacou que os investimentos atuais são um sinal de que o licenciamento do trecho do meio está mais próximo:
“O governo federal, ao fazer os investimentos que está fazendo aqui, dá uma demonstração inequívoca de que estamos no caminho certo. É óbvio que ainda tem muita luta, mas eu estou mais otimista do que nunca. Há 45 anos esse trecho não via asfalto. Estamos asfaltando do km 798 ao km 250, entregando pontes e vamos iniciar a ponte do Igapóçu. Chega de factoide, de mentira, de palanque. Vamos entregar ao povo o que o povo precisa.”

O senador Omar Aziz reforçou o argumento ambiental, explicando que a geografia da região impede desmatamento:
“São terras alagadiças, charcos. Não tem como produzir absolutamente nada, nem desmatar. Esse trecho vai ser permanente dessa forma. Essa viagem é para mostrar, principalmente para críticos de fora, que insistem em não permitir que a gente tenha essa estrada asfaltada, quando ela já foi asfaltada na década de 70, 80.”
Já o deputado Saullo Vianna defendeu que a obra integre desenvolvimento e preservação:
“Queremos mostrar a realidade da BR-319 porque ela não pode continuar sendo apenas promessa. Essa estrada é sinônimo de dignidade, de integração e de oportunidade para milhares de famílias do Amazonas. O que queremos é avançar com responsabilidade, garantindo desenvolvimento sem abrir mão da preservação ambiental.”

Próximos passos
Com trechos já asfaltados e pontes entregues, e enquanto avança o debate sobre licenciamento especial, a caravana liderada por Braga, Omar e Saullo reforça que o cenário para a BR-319 é o mais favorável em décadas.
A expectativa é que, com a conclusão dos estudos ambientais e a autorização do Ibama, o trecho do meio finalmente entre em obras, consolidando a ligação rodoviária definitiva entre o Amazonas e o restante do país.
