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Se o tenente afastado do Exército não deu conta, “o metalúrgico está voltando para tratar o povo com decência”

Durante o discurso de Omar Aziz, o público puxou o grito "fora, Wilson Lima", contra o atual governador do estado e adversário de Eduardo Braga na corrida eleitoral

Diante de uma multidão de aproximadamente 20 mil pessoas que compareceu ao comício realizado no espaço Via Torres, na Avenida das Torres, o ex-presidente Lula disse que vai provar provar que “se um tenente expulso do Exército não tem coragem de tratar o povo com respeito, o metalúrgico vai voltar para tratar o povo com a decência que ele merece."

Programado para as 18h, o ato “Todos Juntos pelo Amazonas” só começou depois das 20h, quando Lula chegou acompanhado dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM), candidato a governador do Amazonas. Também integravam a comitiva do candidato petista, o ato o ex-ministro Aloizio Mercadante a presidente nacional do PC do B, Luciana Santos; o deputado federal Márcio Macedo (PT-SE) e a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, casada com Lula, anunciada como a “ futura primeira-dama”.

Foi uma longa espera para quem começou a chegar ao local da festa por voltas das 16h, principalmente para muitas crianças que acabaram dormindo nos braços de seus pais.  Até a chegada de Lula, os organizadores do ato entreteram o povo com copinhos de água mineral geladinha – para suportar o forte calor –, e um verdadeiro festival de jingles, entre ele “Tô com saudade do tempo de Lula” que, em determinado trecho da letra diz que “ Deu saudade do tempo de Lula/ Que a vida era boa eu comia eu bebia/ Tinha carne cerveja e churrasco /e o meu Chevette cheio de gasolina/ Eu tô com saudade do tempo de Lula/ De votar em lula no 13 de novo/ Não tô aguentando o dinheiro acabando /E nos sofrendo comendo só ovo...”

Lula no comício - Fotos: Bruno Zanardo
“A gente vai respeitar a nossa Amazônia, a nossa floresta. Não haverá mais garimpo ilegal  nesse país”

Para chegar ao local do povo os simpatizantes de Lula tiveram que enfrentar uma maratona de revistas e abertura de bolsas e mochilas. Também eram obrigadas a deixar na entrada garrafas, objetos de vidro e até canetas. Até mesmo bandeiras só permitidas sem mastro ou com mastro PVC.

De camisa azul clara e jeans, pele queimada pelo sol do verão amazônico, Lula chegou ao local da concentração já passando das 20h. Para ouvir o ex-presidente falar, o público teve que ouvir discursos de todas as  lideranças políticas que estavam no palanque, como Eduardo Braga, Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e  Sinésio Campos, que foi confundido com Sinésio Costa.

Entre os discursos, o mais duro foi  eloquente foi do senador Randolfe Rodrigues, ex-membro da CPI da Covid.

A simpatia de Janja

— Aqui em Manaus, muita gente perdeu a vida pela negligência do profeta da morte –, arregaçou o senador do Amapá.

Ele afirmou ainda que Bolsonaro não "entende de Brasil". "Esses canalhas que estão aí até tentaram inviabilizar a Zona Franca de Manaus", disse.

Durante o discurso de Omar Aziz, o público puxou o grito "fora, Wilson Lima", contra o atual governador do estado e adversário de Eduardo Braga na corrida eleitoral. O senador, então, interrompeu sua fala e começou a gritar "fora, Bolsonaro". Ao final, Omar pediu voto para Eduardo Braga.

Depois da apresentação do jingle “Sem medo de ser feliz”, cantado por Janja e com imagens projetadas no telão, Lula começou a falar avisando que não vai governar, “porque não gosto dessa palavra” , mas sim, vai cuidar do povo.

—  A gente vai respeitar a nossa Amazônia, a nossa floresta. Não haverá mais garimpo ilegal nesse país. Não haverá mais desmatamento ilegal nesse país –, assegurou o candidato. E, voltando-se para representantes de Comunidades Tradicionais que estavam presentes ao ato, garantiu que nunca mais haverá invasão  e nem garimpos em terras indígenas.

Petista com aliados em Manaus

— O Brasil tem muita terra e quem tenta invadir a terra de vocês são os grileiros irresponsáveis. Porque um fazendeiro responsável que planta para exportar sabe que não pode invadir terra de índio, que não pode desmatar ou fazer queimadas, porque os gringos não vão comprar mais as coisas que ele produz –, exemplificou o ex-presidente.

Lula encerrou dizendo que hoje, quinta-feira (1º/09), às 07h,  viaja para Belém (PA), onde deverá conversar com líderes indígenas, depois segue para os estados do Nordeste, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

— Depois volto para São Paulo. Não vou parar até o dia 2 de outubro, até abrir as urnas! – avisou.

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