Convocado pela Assembleia Legislativa para explicar os motivos que levam o Governo do Estado a não atender ao reajuste de 30% reivindicado pelos professores, secretário de educação do Estado, Lourenço Braga, não compareceu a reunião, marcada para esta terça-feira, 3, agravando uma crise que se arrasta desde o dia 22 de março.
Os professores da rede pública estadual de ensino que lotavam a galeria do plenário Ruy Araújo, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã desta terça-feira, 3, e prometem endurecer a queda de braço com o governo e continuar a greve por tempo indeterminado, caso o reajuste não seja concedido.
Apesar dos protestos e do clima de tensão, o Governo do Estado garantiu que não houve desrespeito para com o Legislativo e explicou o motivo da ausência do secretário. Em ofício enviado ao presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado estadual David Almeida, Lourenço Braga, esclareceu a todos os parlamentares da Casa Legislativa, aos servidores da educação, veículos de comunicação e população em geral, os motivos para a sua ausência na sessão plenária desta terça-feira (dia 03/04), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
De acordo com o secretário, o motivo foi o clima de hostilidade e de total insegurança existente na Casa Legislativa. “Vários manifestantes, ligados aos grupos grevistas, hostilizaram os servidores da SEDUC que compareceram ao local para acompanhar a sessão e muitos tiveram que sair do local sob a escolta do efetivo da Polícia Militar”, justifica o ofício.
Por conta de tudo isso, em reunião entre a cúpula, ficou avaliado como mais prudente, que o secretário de Educação, professor Lourenço Braga, não participasse da sessão, pois a tensão instalada no local impossibilitaria a apresentação e compreensão de todo o material elaborado pelo secretário para sua apresentação aos parlamentares.
No documento o secretário lamenta o ocorrido e reitera que tem disposição para mostrar, aos parlamentares, todos os números da proposta apresentada aos servidores da educação, desde que o ambiente ofereça garantias de segurança.
A SEDUC afirma que está aberta às negociações e em nenhum momento fechou o canal de conversação com a categoria. Mas o coordenador financeiro da Associação Movimento de Luta dos Professores de Manaus (Asprom Sindical), Lambert Melo, afirmou que a greve só vai parar quando os professores tiverem aumento salarial.
— Estamos reivindicando 35% de aumento no nosso salário. Acreditamos que merecemos a reposição salarial da inflação, de 28 %, e mais 7 % de aumento real. Caso o governo não nos faça uma proposta digna e descente, a categoria já declarou que ficará em greve por tempo indeterminado –, ameaçou.