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O governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram, nesta sexta-feira (26/3), a Butanvac, uma vacina desenvolvida 100% por cientistas do instituto. "Vacina do Brasil é fruto do trabalho da luta e da perseverança", disse o governador João Doria (PSDB).

O imunizante foi desenvolvido pelo instituto, que lidera um consórcio internacional do qual ele é o principal produtor - 85% da capacidade total de fornecimento da vacina. Segundo o governador de São Paulo, o pedido de liberação para o início dos testes da fase 1 será realizado ainda hoje para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nessa etapa, serão avaliadas a segurança e capacidade de promover resposta imune em 1,8 mil voluntários. Na fase 3, até 9 mil pessoas irão participar - etapa que vai estipular a eficácia da nova fórmula.

"Protocolaremos esse material ainda hoje e vamos dialogar intensamente com a Anvisa para que ela perceba a importância da autorização do início desses estudos clínicos o mais rapidamente possível, para que possamos em um mês e meio, dois meses e meio, terminar essa fase de avaliação clinica e iniciar a produção", disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

"Vacina do Brasil é fruto do trabalho da luta e da perseverança", afirma Doria.

"Hoje a Anvisa receberá já as informações necessárias para iniciar a avaliação para permitir que a fase 1 de testes seja iniciada imediatamente. A OMS (Organização Mundial de Saúde) receberá ainda hoje todos os certificados de protocolo. O Butantan vai iniciar em maio a produção da vacina, e terá condições de disponibilizar 40 milhões de doses para iniciar, se possível, a vacinação em julho", completou Doria.

A Butanvac já passou pelos testes pré-clínicos, nos quais são avaliados em animais efeitos positivos e toxicidade. O imunizante também será testado nos dois outros países participantes do consórcio, Vietnã e Tailândia - neste último, a fase 1 já começou.

Ainda segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, o imunizante começou a ser desenvolvido em março de 2020. Para a produção da Butanvac, o instituto deverá usar tecnologia já disponível em sua fábrica de vacinas contra a gripe, a partir do cultivo de cepas em ovos de galinha, que gera doses de vacinas inativadas, feitas com fragmentos de vírus mortos.

"Essa vacina será integralmente produzida aqui, nós não dependeremos de nenhum insumo, da importação de nenhum insumo, é uma tecnologia que já existe. Essa tecnologia é a mesma que é usada para a produção da vacina da gripe", disse.

Segundo as primeiras informações, o objetivo é ter 40 milhões de doses prontas até o fim de 2021 para distribuição nacional. A expectativa é de que a Anvisa autorize o início dos testes em abril e, já em julho, o Brasil tenha uma vacina 100% nacional pronta para ser aplicada em todo o país. O desenvolvimento da Butanvac não deve mudar o cronograma de fabricação da Coronavac, hoje envasada pelo Butantan, mas com insumos vindos da China.

Tecnologia da Butanvac

A ButanVac tem uma tecnologia já empregada amplamente pelo Instituto Butantan, que utiliza o vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do SARS-CoV-2.

"Já estamos falando de uma segunda geração de vacinas contra covid-19, nós aprendemos com as vacinas anteriores e agora nós sabemos o que é uma boa vacina para o covid, então ela incorpora essas inovações e será uma vacina mais imunogênica", disse Dimas Covas.

Fonte: Correio Braziliense

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