A severa seca que atingiu o Amazonas em 2023 e 2024 deixou mais de 747 mil pessoas sem acesso a água potável, evidenciando um dos principais problemas sociais do estado. Para amenizar esses impactos, o projeto Água + Acesso implementou sistemas de captação, tratamento e armazenamento de água potável, beneficiando 1,6 mil moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus.
No final de 2024, equipe do marioadolfo.com esteve em locais onde o projeto está sendo implementado no Amazonas. Foram 22 dias de expedição na Reserva Piagaçu-Purus - quatro comunidades na região central do Estado do Amazonas - para mostrar como a iniciativa vem mudando a Amazônia que tem sede.
Realizado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Fundación Avina e a Coca-Cola Brasil, o projeto já impactou mais de seis mil pessoas em 35 comunidades do Amazonas, levando saúde e qualidade de vida para quem antes não tinha acesso a água tratada.
Recentemente, a iniciativa chegou a quatro novas comunidades ribeirinhas dentro da RDS Piagaçu-Purus: Deus é Amor, Paricatuba, Uxi e Cuianã. Nas três primeiras, foram perfurados poços com sistemas de tratamento. Já em Cuianã, foi instalado um sistema de captação e tratamento da água do rio, beneficiando 156 famílias. No total, 381 famílias estão sendo beneficiadas com essa iniciativa.
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A tecnologia utilizada nas comunidades envolve o uso de energia solar por meio de painéis fotovoltaicos, conectados a uma estação de tratamento de água que utiliza um filtro de purificação feito de mineral zeólita, com capacidade de limpar até 5 metros cúbicos por hora. Com isso, os quatro sistemas instalados podem fornecer até 56 milhões de litros de água potável por ano.
Victor Bicca, diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil, destaca que um dos principais objetivos globais da empresa é ampliar o acesso à água segura e ao saneamento, visando beneficiar as comunidades que protegem a floresta.
“Nosso investimento em soluções sustentáveis, que se alinham às rotinas e às necessidades geográficas das populações ribeirinhas e das comunidades remotas, transforma suas vidas. Esse esforço reflete o compromisso da companhia com o Amazonas, visando reforçar o desenvolvimento regional e contribuir para a redução das desigualdades locais, especialmente nas áreas com difícil acesso”, afirma Bicca.
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Povos da floresta
De acordo com a superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS, Valcléia Solidade, o acesso à água é um direito de todo cidadão e é gratificante encontrar parceiros que se empenham em levar dignidade aos povos da floresta.
“Garantir para as populações das comunidades acesso a água segura, especialmente nesse momento onde as secas dos rios se tornam uma realidade cada vez mais presente, certamente nos faz ter a convicção de estarmos minimizando o sofrimento daqueles que cuidam do nosso ecossistema”, declarou Valcléia.
A seca histórica que atingiu o Amazonas em 2024 afetou 747.642 pessoas em todo o estado, segundo o boletim sobre a estiagem divulgado pela Defesa Civil. De acordo com o órgão, 186 mil famílias ainda estão impactadas neste ano.
Além disso, a degradação da floresta amazônica brasileira causada pelo fogo e pela retirada de madeira cresceu seis vezes (497%) em 2024 em relação a 2023, segundo o Imazon.
Esses dados ressaltam a importância de iniciativas como o projeto Água + Acesso, que buscam mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover o bem-estar das comunidades ribeirinhas no Amazonas.
O projeto
Lançado em 2017, o Água+ Acesso é uma iniciativa de impacto coletivo empreendida por uma aliança inédita formada por empresas, institutos e organizações da sociedade civil que atuam e cooperam para ampliar o acesso à água segura e de forma sustentável em áreas e comunidades rurais de todo o Brasil.
📍 Onde a iniciativa é implementada:
- Amazonas
- Pará
🎯 Focos
Focos prioritários da iniciativa:
- Fortalecimento institucional de organizações da sociedade civil (OSCs)
- Desenvolvimento local/ territorial/ comunitário/ de base Saúde e bem-estar
🫱🏻🫲🏽 Parcerias
- Instituto Coca-Cola Brasil, Fundação Avina, WTT, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), ASPROC e PSA são alguns dos parceiros envolvidos na iniciativa.
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Cidades
O projeto, que visa aumentar o acesso à água potável, atenderá cerca de 10.800 pessoas até 2025, em municípios como Manaus, Tefé, Carauari e Santarém.
Rodrigo Brito, Diretor de Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, destacou a importância da colaboração com organizações locais para garantir soluções autossustentáveis. “Água+Acesso” está em operação desde 2017, e os resultados têm sido expressivos.
A sinergia entre os setores público e privado, assim como a atuação de instituições locais, é essencial para enfrentar os desafios hídricos e gerar um impacto real nas comunidades”, afirmou Brito.
"O programa já beneficiou várias comunidades com soluções como cisternas, poços artesianos e sistemas de energia solar para bombear e distribuir água em áreas remotas", argumenta Brito.
Em tempos de mudanças climáticas, as parcerias que mitiguem os danos na Amazônia que tem sede são cada vez mais bem vindos.