O que seria um debate promovido pela Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo, acabou se transformando numa entrevista de 20 minutos concedida pelo candidato Eduardo Braga (PMDB) ao mediador da Rede Globo, José Roberto Burnier, já que o candidato do PDT, Amazonino Mendes, não deu o ar de sua graça ao último debate antes da eleição deste domingo.
Momentos antes do programa, Amazonino enviou um comunicado à direção da emissora, explicando que não participaria do debate, porque ao longo da campanha, no programa eleitoral, sofreu mais de 4 mil ataques caluniosos de seu adversário Eduardo Braga.
Na primeira pergunta feito pelo jornalista, sobre o que achava da ausência do adversário, Braga respondeu que Amazonino não apareceu porque não tem proposta.
— Não é a primeira vez que ele faz isso. Meu adversário não apareceu no debate da OAB, do grupo Diário, do Corecom. Mas nesses ele não alegava conflito de agenda, e não porque fou atacado. Até porque quem obteve direito de resposta por ofensas fui eu, na Justiça Eleitoral – disse Eduardo.
O candidato do PMDB acusou Amazonino de não falar nos supercontratos, como o da “Maus” Caminhos e Umanizzare, que paga R$ 60 mil por um preso e R$ 2.700 por um aluno da rede de ensino. “Isso é um absurdo”, afirmou Braga.
Eduardo também foi questionado por Burnier sobre as três delações premiadas feitas por empresários nos processos da Lava Jato, que citaram seu nome como suspeito de receber R$ 1 milhão em pagamentos de propina da Odebrecht, na construção da Ponte Rio Negro e da Arena da Amazônia, quando era governador do Amazonas. O candidato agradeceu a pergunta, “porque me dá a oportunidade de esclarecer” os fatos.
— Quem não deve não teme. Não se esconde de ninguém e nem foge. Eu apoio as investigações da Lava Jato e, inclusive, fui relator do projeto que criou as delações premiadas – respondeu. Eduardo disse ainda que nas três delações, seu nome foi citado sem provas.