Foragido desde 2018, o traficante Lenon Oliveira do Carmo, conhecido como "Bileno", fez ao menos cinco procedimentos estéticos para fugir das autoridades. Um dos líderes de uma facção criminosa no Amazonas, ele foi preso no último sábado (17), em um bairro de classe média na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará.
De acordo com os investigadores, o traficante de 39 anos fez plásticas no nariz e na orelha, preenchimento labial e harmonização facial. Além disso, Lenon apagou uma tatuagem que tinha no pescoço. A estimativa das autoridades é que, somadas, as intervenções podem chegar a mais de R$ 30 mil.
As autoridades apontam que ele apresentou identidade falsa e um nome fake, sem antecedentes criminais, para realizar os procedimentos. A polícia identificou que o traficante estava se passando por Aylon Soares Cardoso, de 36 anos. A suspeita é de que as cirurgias tenham sido feitas no Ceará em 2019.
Após investigação de três meses, Lenon foi recapturado em operação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) com apoio do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc) e da Polícia Civil do Amazonas e do Ceará. No momento da detenção, ele visitava uma residência de luxo que estava construindo próximo à praia de Icaraí, na região litorânea. O traficante segue detido no estado, mas será transferido para Manaus em breve.
Lenon havia sido preso pela última vez em fevereiro de 2018. Em julho do mesmo ano, foi transferido do sistema prisional de Amazonas junto com outros oito líderes de facções, após o estado bater recordes de homicídio, com mais de 100 naquele mês referentes a disputas de tráfico.
Depois de quatro meses no presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ele retornou ao Amazonas, onde obteve o direito a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. O traficante, no entanto, destruiu o equipamento e fugiu do estado.
Apontado como o 02 de uma facção criminosa no estado, Lenon tem envolvimento em uma série de homicídios relacionados ao tráfico de drogas. Ele teve participação na chacina ocorrida em 2017 no Complexo Penitenciário Antônio Jobim (Compaj), quando 56 detentos foram brutalmente assassinados.
Há cerca de dois anos, o traficante trocou uma facção local por outra oriunda do Rio de Janeiro, na qual assumiu posto de comando. Segundo as investigações, ele era uma espécie de executivo do presidiário Gelson Carnaúba, conhecido como "Mano G", quem chefiava a organização criminosa.
Além de dominar o tráfico doméstico em vários bairros de Manaus, Lenon também articulava invasões de terra na capital com ajuda de uma milícia armada.
Fonte: Revista Época