Atualmente, um terço dos municípios amazonenses — incluindo a capital — já se encontra em situação de emergência ambiental, e esse preocupante cenário pautou uma reunião híbrida (presencial e online) entre o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), a Associação Amazonense de Municípios (AAM) e a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), na tarde da última quinta-feira (08/08). Este primeiro encontro foi direcionado para análise da situação, mas o propósito é traçar alternativas para a mitigação do problema.
Representando o MPAM, o procurador-geral de Justiça (PGJ), Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, demonstrou preocupação com o sofrimento da população, ano a ano, com os fenômenos naturais que atingem a região de forma severa. “Primeiro vêm as cheias e agora a estiagem. Trata-se de um problema muito grave na nossa região, principalmente no Amazonas. O papel do Ministério Público participando, conhecendo também a realidade dos gestores municipais e buscando apoio amplo nacional, é essencial para que possamos diminuir os efeitos negativos, principalmente no dia a dia do caboclo do interior. É surreal imaginar que, no estado do Amazonas, ainda se passe por uma escassez de água nesse período”, comentou o PGJ.
Porta-voz das prefeituras, Anderson Sousa, presidente da AAM e prefeito da cidade de Rio Preto da Eva — a qual também está presente na lista de situação de emergência — avaliou o encontro como uma oportunidade para pensar em alternativas. “Nós estamos cientes dos municípios que hoje enfrentam situação emergencial de estiagem e também decreto ambiental por conta das queimadas, então é importantíssimo podermos debater possibilidades de enfrentamento com técnicos da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos. Nós nos preocupamos com diversos temas, entre eles a logística para acesso ao município e as eleições deste ano”, comentou o gestor.
Localidades em alerta
De acordo com a AAM, há 20 municípios em situação de emergência por conta da estiagem, distribuídos entre as regiões da Calha do Juruá (Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Eirunepé, Carauari e Juruá), Calha do Purus (Pauini, Lábrea, Tapauá, Beruri, Canutama e Boca do Acre) e Alto Solimões (Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins).
Já a emergência ambiental em razão das queimadas tem afetado o Sul do Amazonas e a Região Metropolitana de Manaus (RMM), totalizando 22 municípios: Apuí, Novo Aripuană, Manicoré, Humaitá, Canutama, Lábrea, Boca do Acre, Tapauá, Maués, Manaus, Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro, Autazes, Silves, Itapiranga e Manaquiri.