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‘Temos que ser uma grande potência em biotecnologia’, defende Arthur, em fórum global sobre Amazônia

“Se eu fosse presidente do Brasil, trataria de conviver muito bem com o mundo, fazendo uma governança correta e rígida da Amazônia e não provocando o confronto. Nós temos de governar de maneira sustentável, nos tornar uma grande potência de biotecnologia”, disse o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, nesta terça-feira, 20/10, no fórum virtual global Daring Cities, promovido pelo Iclei (Governos Locais pela Sustentabilidade), e pela cidade de Bonn (Alemanha).

“O maior banco genético está em nossas mãos. A boa governança sobre a Amazônia pode se tornar uma aliada estratégia na relação internacional”, destacou o prefeito, que foi convidado a apresentar um painel sobre a perspectiva dos governos locais na promoção da cooperação entre as cidades da região e, também, sobre os desafios para promover uma economia inclusiva de baixo carbono e desenvolvimento urbano por meio de políticas públicas locais.

Arthur Virgílio disse que busca tratar sobre o tema do ponto de vista macro e que a política ambiental e o desenvolvimento econômico da Amazônia deve estar na cabeça de qualquer governante. “Devemos mostrar ao mundo que temos compromissos de desenvolver a região, de proteger as populações indígenas e as populações tradicionais da floresta, que temos compromisso claro com o desenvolvimento, que temos possibilidades enormes de ganhar peso, garantir para parceiros internacionais boa renda, com a floresta em pé”, destacou.

O prefeito de Manaus usou um estudo dos cientistas Ismael Nobre e Carlos Nobre, especialistas em Amazônia e em clima, respectivamente, para exemplificar o valor econômico de se manter a floresta em pé. O estudo mostra os ganhos em dólares por hectare da produção da agroindústria em contrapartida com os valores, também em dólares, da exploração de óleos, essências e frutos naturais na produção de produtos para perfumes, amêndoas e frutos regionais. “A lucratividade com esses produtos é de até cinco vezes mais do que com a agroindústria e com a floresta em pé”, mencionou.

O prefeito voltou a defender a parceria ciência e conhecimento dos povos da floresta para chegar a uma posição privilegiada diante do mundo, como uma potência de biotecnologia. “Nós temos que enfrentar o aquecimento global, mantermos o respeito pelo Brasil.  Temos que merecer isso”, afirmou o prefeito.

Ele também fez um breve balanço das ações ambientais de recuperação paisagística e expansão das áreas de proteção ambiental em Manaus e das ações para incluir a cidade na quarta Revolução Industrial e na economia 4.0, destacando a criação do “Casarão da Inovação Cassina”, voltado para o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica.

Em sua participação final, Arthur reforçou a importância do debate pelo desenvolvimento, com o olhar sempre atento à sustentabilidade. “Quanto mais engrossarmos o debate melhor, para levarmos a uma nova concepção de desenvolvimento, que não seja esse que não é sustentável, que acarreta muitos problemas para as pessoas, acarreta pobreza e destruição. O mundo quer saber de efetivas definições contra o agronegócio e o garimpo na Amazônia. É uma honra ter participado desse debate, porque aprendi muito”, ressaltou.

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