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Uso de canetas emagrecedoras retoma o debate sobre a busca pelo corpo perfeito

A psicóloga explica que a busca por um corpo idealizado vem se intensificando com o avanço de soluções como as canetas

Foto: Freepik

A busca pelo corpo perfeito não é uma temática nova e entra no debate sempre que alguma tendência surge, reforçando o quão prejudicial é essa ideação pela magreza. Com a popularização das canetas emagrecedoras, que originalmente foram criadas para tratar o diabetes, a temática do corpo perfeito reaparece. Mas afinal, quando essa busca é questão de saúde mental? Quando procurar ajuda?

A psicóloga Maria do Carmo Lopes, especialista em Saúde Mental, explica que a busca por um corpo idealizado vem se intensificando com o avanço de soluções como as canetas e a constante exposição a padrões irreais nas redes sociais. “O problema começa quando o indivíduo passa a adotar comportamentos excessivos, abusivos ou arriscados para alcançar o corpo ideal. Nesse ponto, já não estamos mais falando apenas de estética, mas de saúde mental”, alerta.

Transtornos alimentares, ansiedade, baixa autoestima, depressão e distorção de imagem estão entre as consequências mais comuns desse ciclo. Segundo a psicóloga, um dos sinais de alerta é quando a insatisfação com o corpo se torna constante, interfere na rotina ou leva à busca por soluções radicais sem acompanhamento adequado. “A pessoa começa a viver em função do corpo que deseja ter, e não daquele que realmente tem”, explica.

Em adolescentes, o impacto pode ser ainda mais delicado. A influência das redes sociais, a comparação com outros corpos e a necessidade de aceitação social tornam esse grupo especialmente vulnerável. “Se os pais percebem que o filho ou filha está frequentemente insatisfeito com o corpo, evita comer ou fala de maneira negativa sobre si mesmo, é hora de intervir e buscar ajuda profissional”, orienta.

A psicoterapia, segundo Maria do Carmo, é uma das ferramentas mais eficazes nesse processo. “A terapia ajuda o paciente a desenvolver autoestima, compreender sua identidade e fazer as pazes com o próprio corpo. Quando necessário, o tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo também psiquiatras e nutricionistas”, afirma.

Para a psicóloga, é fundamental reforçar que não há problema em buscar bem-estar e saúde por meio de mudanças no corpo. O perigo está em deixar de se reconhecer para atender às expectativas impostas por padrões inatingíveis. “Muitas vezes, as pessoas não vivem mais o próprio corpo, mas o corpo do outro. E isso tem um custo emocional altíssimo”, observa Maria do Carmo, que atende a pacientes individuais ou em grupo, na sua clínica, localizada na Rua Nicolau da Silva, nº 25, bairro São Francisco.

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