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Vídeo: vice de Nunes e padre Júlio Lancelotti batem boca em frente a moradores de rua

O bate boca ocorreu após o religioso confrontar o vice-prefeito sobre críticas feitas nas redes sociais, onde Araújo acusou Lancellotti de “fazer um desserviço”

Araújo já tinha postado nas redes sociais que o pároco do Povo de Rua faz um 'desserviço' no bairro.

Uma discussão entre o vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo (PL), e o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, foi registrada nas ruas do bairro do Belém nesta terça-feira (18). O bate boca ocorreu após o religioso confrontar o vice-prefeito sobre críticas feitas nas redes sociais, onde Araújo acusou Lancellotti de “fazer um desserviço” na região e contribuir para a concentração de usuários de drogas.

O encontro inicial aconteceu na Praça Barão de Tietê, onde Mello Araújo participava de uma ação para cadastramento de moradores em situação de rua em busca de emprego.

O padre, ao saber da presença do vice-prefeito, foi ao local para se apresentar e tentar dialogar sobre as necessidades da população de rua. No entanto a tentativa de diálogo terminou em bate-boca.

No vídeo postado pelo próprio padre, é possível ver que o vice-prefeito se recusa a cumprimentá-lo e questiona: “Por que o senhor saiu de lá e veio até aqui?”. Lancellotti responde: “Para ver o senhor e dizer que não tenho nada contra o senhor”.

Durante a discussão, Mello Araújo insinua que o padre deveria abrir as portas da igreja para receber os moradores de rua, ao que Lancellotti rebate: “Eu não recebo dinheiro da prefeitura. Quem recebe é que tem que abrir”

A troca de farpas aconteceu diante de um grupo de moradores de rua, e uma mulher presente confrontou Araújo sobre a retirada de cobertores pela prefeitura.

“Vocês soltam a manta três horas da tarde e seis horas o 'rapa' está aqui pra tomar. Cadê as nossas cobertas? Cadê nossos filhos com as nossas cobertas?”, questionou.

Mais tarde, os dois voltaram a se encontrar no Centro Comunitário São Martinho de Lima, onde uma nova discussão ocorreu. O padre tentou explicar que muitos moradores de rua precisam de suporte psiquiátrico e segurança habitacional antes de conseguir um emprego, mas afirmou que o vice-prefeito insistia em perguntar se ele queria dinheiro da prefeitura.

No local, Lancellotti também denunciou que foi hostilizado por um funcionário da prefeitura, identificado como Mauro, da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADs).

“Nós queremos que todos tenham emprego e casa para morar. Não quero que ninguém fique na rua. Aqui tem gente que precisa de tratamento, de remédio”, declarou.

Mello Araújo tentou justificar a visita como parte de uma “missão de paz” e convidou Lancellotti para uma reunião em seu gabinete, no centro da cidade.

Após o encontro tenso, o vice-prefeito divulgou um balanço da ação no bairro, informando que nove pessoas foram encaminhadas para internação, duas para seus estados de origem e outras para "possibilidades de emprego" – sem esclarecer se as vagas estavam garantidas.

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