O governador Wilson Lima apresentou, nesta sexta-feira (10/10), um balanço das ações ambientais do Governo do Amazonas, que apontou resultados expressivos no enfrentamento às queimadas e ao desmatamento. O levantamento mostrou redução de 85,16% nos focos de calor entre janeiro e setembro de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, e queda de 31,06% no desmatamento registrado em setembro deste ano frente ao mesmo mês do ano passado.
O governador ressaltou, ainda, faltando 30 dias para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), as iniciativas do Governo do Estado para garantir a preservação ambiental.
Segundo Wilson Lima, os resultados foram possíveis graças à instalação de novos Grupamentos Integrados de Combate a Incêndio e Proteção Civil (GCIPs), ao monitoramento em tempo real e à intensificação das fiscalizações.
“É um resultado muito positivo que a gente leva como exemplo para o Brasil e para o mundo. O estado do Amazonas tem 97% do seu bioma preservado, do jeito que a natureza nos entregou. E aqui é a nossa missão de fazer com que isso permaneça assim, mas, principalmente, não esquecer de olhar para as pessoas, de dar condições para que elas possam ter sua atividade econômica. É possível, sim, conciliar desenvolvimento com proteção ambiental”, afirmou.
A solenidade contou com a presença do secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira; do diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, Gustavo Picanço; do secretário de Segurança, coronel Vinicius Almeida; comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, do subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, Frank Borges; do secretário executivo de Defesa Civil, Clóvis Araújo, além da prefeita de Manacapuru, Valciléia Maciel e do vereador Allan Campelo
Expansão dos GCIPs
O avanço no combate aos focos de calor foi impulsionado, principalmente, pela ampliação da rede de GCIPs, que começaram a ser implantados este ano. Ao final das implantações, as bases do Corpo de Bombeiros em todo o estado passarão de 11 para 32, um crescimento de 190%. Apenas em 2025, foram inaugurados 11 GCIPs em municípios estratégicos como Tapauá, Rio Preto da Eva, Novo Aripuanã, Maués, Lábrea, Manaquiri, Autazes, Jutaí, Coari, Apuí e Itapiranga. Até o fim do ano, outras seis unidades serão implantadas, e em 2026 a expansão contemplará mais cinco cidades.
Entre janeiro e setembro, a maior parte dos focos de calor foi registrada em áreas federais, que concentraram 66% das ocorrências. Outros 13% aconteceram em áreas estaduais e 21% em vazios cartográficos.
De acordo com o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, Frank Borges, a orientação é garantir a presença permanente das equipes da corporação nos municípios. “Com a implantação dos novos GCIPs, os nossos homens permanecerão nas localidades, além de contarmos com a ajuda dos prefeitos que disponibilizam brigadistas”, destacou.
Redução do desmatamento
Os dados também apontam redução de 31% no desmatamento comparando o mês de setembro de 2025 com o mesmo período do ano passado. Desse valor, apenas 4,4% do desmatamento ocorreu em áreas estaduais, o que reforça a eficácia do monitoramento estadual.
Para o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o desempenho está relacionado ao trabalho de prevenção iniciado ainda em 2024. “Viemos de dois anos consecutivos de secas históricas, e o governador Wilson Lima instituiu um grupo de trabalho de prevenção para os impactos da estiagem. O resultado de todo esse trabalho está aí: ação rápida do Governo do Estado”, disse.
O monitoramento diário é realizado pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), inaugurado em 2021 pelo governador Wilson Lima, localizado no Instituto De Proteção Ambiental Do Amazonas (Ipaam), que utiliza tecnologia para acompanhar em tempo real os focos de calor e o desmatamento ilegal.
“O Ipaam tem um papel fundamental nas ações de combate, monitoramento e fiscalização. Hoje temos um sistema ativo, que realiza o acompanhamento em tempo real”, reforçou o diretor-presidente do instituto, Gustavo Picanço.
Fiscalizações e operações
Em 2025, o Governo do Amazonas aplicou R$ 111 milhões em multas ambientais. Só a Operação Tamoiotatá, considerada a maior do estado, respondeu por R$ 95,7 milhões. A Operação Região Metropolitana resultou em R$ 15,7 milhões em autuações.
Essas ações combinam o uso de imagens de satélite, geoprocessamento e inteligência em campo, permitindo identificar rapidamente atividades ilegais e aplicar penalidades.
Cenário climático
Após dois anos de secas históricas, 2025 apresenta um quadro menos severo. Em setembro, as chuvas ficaram ligeiramente acima da média, favorecendo a redução de focos de calor. A previsão para outubro, novembro e dezembro indica chuvas acima da normalidade no sudoeste do estado e dentro da média nas demais regiões.
Atualmente, 39 municípios estão em situação de normalidade, 11 em atenção, seis em alerta e seis em emergência. Todas as calhas dos rios - Juruá, Purus, Madeira, Solimões, Amazonas e Negro - estão em processo de vazante. A estiagem deste ano é classificada entre fraca e moderada.
O Governo do Amazonas também atua de forma preventiva para mitigar os impactos da cheia. Até o momento, 10 municípios já foram atendidos com 17 mil cestas básicas e 1.100 caixas-d’água de 500 litros.
