De acordo com o ranking Global Innovation Index (GII) 2023, elaborado pela World Intellectual Property Organization (WIPO), o Brasil se destacou como o país mais inovador da América Latina. Apesar do forte centro de empreendedorismo e inovação estar localizado em São Paulo e Rio de Janeiro, empreendimentos de outras regiões estão superando os desafios para prosperar fora desse eixo, alcançando resultados notáveis.
A crescente inovação em ecossistemas fora das cidades mencionadas tem transformado outras regiões em ambientes favoráveis ao empreendedorismo e ao desenvolvimento econômico. Nesse contexto, Ana Calçado, presidente e CEO da Wylinka, organização sem fins lucrativos com o propósito de transformar o conhecimento científico em inovações que melhorem o dia a dia das pessoas, listou quatro cidades que estimulam significativamente a inovação em seus ecossistemas.
Brasília/Distrito Federal: Segundo os dados do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023, a capital Brasília destaca-se como uma das cidades mais empreendedoras do Brasil. A região recebe apoio significativo da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), que, por meio de programas, promove o crescimento da cultura empreendedora local. Um exemplo notável é o Programa de Animação do Ecossistema de Inovação do DF e RIDE, o qual financia projetos de longo prazo para impulsionar a dinâmica do ecossistema. Outro programa em evidência é o Mobiliza.DF, que tem como objetivo fortalecer o ecossistema de inovação do Distrito Federal e capacitar profissionais da administração pública do governo Distrital e Federal ligados a diversas áreas, com interesse em promover ações de inovação para a região.
Campina Grande/ Paraíba: No Nordeste, o ramo da inovação tem crescido significativamente, e o estado da Paraíba destaca-se como um dos que mais têm implementado ações para dinamizar esse ecossistema. Entre as instituições da região que podemos listar está o CITTA (Centro de Inovação e Tecnologia Telmo Araújo), um hub propulsor de negócios. Por meio do programa de aceleração Capa.CITTA, a instituição tem desempenhado um papel crucial no desenvolvimento da cultura empreendedora paraibana, promovendo conexões entre pesquisadores, startups e o mercado.
Salvador: Na capital baiana, em Salvador, encontra-se o Parque Tecnológico da Bahia, o maior polo de empreendedorismo, tecnologia e inovação do estado. Além disso, a cultura rica e diversa da cidade, permite um maior desenvolvimento e destaque em negócios de impacto social e economia criativa. Um exemplo notável disso é o “Vale do Dendê”, que busca fomentar o empreendedorismo e o impacto social, principalmente em termos de diversidade, por meio de programas de aceleração.
Manaus: Completando a lista, Manaus se destaca, devido à sua localização, em pesquisas e soluções voltadas à biodiversidade, tornando a bioeconomia uma das principais atividades da região. A Zona Franca de Manaus gera recursos para investimentos em inovação, e Instituições como INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e CBA (Centro de Bionegócios da Amazônia) são destaques como nichos de pesquisas, impulsionando a inovação na região. Além disso, vale destacar a rede AMOCI, um arranjo de NITs (Núcleos de Inovação Tecnológica), que atua fortalecendo ações de propriedade intelectual e transferência de tecnologia.
“O Brasil ser reconhecido como o país mais inovador da América Latina destaca a diversidade do nosso ecossistema. Esses ambientes emergem como pólos inovadores, ultrapassando a barreira dos centros tradicionais e transformando o cenário de oportunidades do país”, finaliza Ana.
Sobre a Wylinka - Fundada em 2013, a Wylinka é uma organização sem fins lucrativos que tem como propósito transformar o conhecimento científico em inovações que melhorem o dia a dia das pessoas e promovam o desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil. Por meio de projetos de aceleração e gestão da inovação de base científica, a Wylinka transforma pessoas, negócios, organizações e ecossistemas. Ao todo, já contabiliza mais de 7.670 pessoas capacitadas, 127 instituições apoiadas, 2.972 soluções de base tecnológica, 940 tecnologias mapeadas e 2.576 atores e parceiros do ecossistema mobilizados