Herdeiro político do legado deixado por seu avô, o lendário deputado Homero de Miranda Leão, que exerceu 10 mandatos no tempo em que só haviam dois partidos (MDB e Arena) e política era feita na base do gogó, o médico Homero de Miranda Leão está colocando seu nome à disposição da sociedade para pleitear uma vaga na Assembleia Legislativa na eleição de outubro de 2018. Na verdade, Homero está apenas retornando à política, pois já exerceu um mandato de vereador pelo PHS e, recentemente, deixou o governo do prefeito Arthur Virgílio (PSDB), onde foi secretário municipal de Saúde por três anos.
Considerado um político ético, como seu avô, Homero sabe o que vai encontrar. E o primeiro desafio é encarar o eleitor olhando nos olhos, para tentar quebrar o preconceito que hoje existe contra a classe política, na República da Lava Jato. “Nem todo político é desonesto. Precisamos acabar com esse preconceito ou senão vamos dissolver o Brasil”, diz o pré-candidato, acreditando mais do que nunca se faz necessário uma renovação na política. E isso deve acontecer nesta eleição onde o eleitor tem nas mãos uma arma poderosa: as redes sociais que estão no seu celular.
Confira a entrevista com o pré-candidato e o vídeo no final:
Blog do Mario Adolfo – O médico Homero de Miranda Leão recentemente foi secretário municipal de Saúde, já foi vereador, ou seja, já ocupou muitos outros cargos públicos. O que mais a gente pode incluir nesse seu currículo?
Homero de Miranda Leão – São 37 anos de vida pública. Nossa trajetória começou há muito tempo, lá atrás, como estagiário da saúde pública municipal. É uma caminhada de muito tempo. Acho que já fui tudo na gestão da saúde pública municipal: diretor de unidade de saúde, diretor de hospital, diretor de departamento, assessor, diretor há 15 anos da vigilância sanitária. A gente tem uma trajetória da vida pública bastante longa. E também tive uma experiência parlamentar. Além dos cargos executivos que exerci, tive uma experiência parlamentar que foi muito cara, que foi muito agradável. Fui vereador de Manaus por quatro anos. Tenho uma sensação de que é possível contribuir. Já fui candidato a deputado estadual em 2006, onde não tive êxito, não fui eleito. Tive 9.600 votos naquela época, mas votos de pessoas eleitas por causa desse negócio de coligação partidária. Aliás, das três eleições que participei, senão fosse a questão das coligações, eu teria sido eleito nas três, né? Na segunda não fui e na terceira também não fui, mesmo obtendo 6 mil e poucos votos. Tive mais votos do que a metade da Câmara que foi eleita e não me elegi. Então é uma coisa meio contraditória, não é? Quem tem a maioria dos votos não leva o mandato e ainda será assim nessa eleição, mas, me parece que será a última que será dessa forma. Espero que seja, porque acho uma coisa meio injusta e que pesa. Isso talvez seja necessário pela fidelidade partidária, valorização da ideologia e tal, mas não se aplica-se ao nosso país.
BMA – A política tem sido alvo de duras críticas por parte da sociedade. O que leva um médico conceituado como o senhor a tentar enveredar por este caminho, atualmente manchado por um mar de lama?
Homero – Nas conversas que viemos mantendo com amigos, colocando de modo geral essa fase de pré-candidatura, começa por aí. Por esse questionamento. Hoje existe um grande descrédito das pessoas que se apresentam como candidatas, das que se dizem interessados nas questões políticas da sociedade, do nosso país. Existe um imediato preconceito em relação a isso. Ninguém acha que por trás dessa disposição possa haver algo correto, ético ou que seja importante para a sociedade. Pressupõe-se logo que há algum interesse por trás, algo escuso, algo voltado para a corrupção. E não podemos se pensar dessa forma. Se for pensar desse jeito, o que vai ser do país? Quem irá nos representar? Quem governará? Ninguém. Então, vamos dissolver o Brasil? Não pode ser dessa forma. Penso que cada um tem que fazer a sua parte. No que pode ser feito, no que cada um pode fazer. DE eu decidi tomar essa decisão e fazer a minha parte. Apresentar o meu nome como uma proposta. Se for aprovado, farei meu trabalho da melhor forma possível. Isso não pode ser só de um ou de dois. Convoco a todos que pensem assim.
BMA (interrompendo) – Isso tem a ver com a ideia de que se as pessoas de bem, preparadas, não ocupam esse espaço na política vem um aventureiro e ocupa?
Homero –Todo mundo tem que se imaginar útil nesse processo e enfrentar esse desafio que é romper o preconceito em relação a isso. Nem todo político é bandido. Você tem que mostrar que é possível fazer de forma decente, correta. Isso não deveria nem ser dito. Porque todo mundo tem que ser honesto. A entrevista tem que ser honesta, o trabalho tem que ser honesto, a atividade médica tem que ser honesta. Tudo tem que ser honesto, mas temos que lembrar as pessoas que elas também são responsáveis por escolher políticos corretos, honestos, éticos, porque hoje existe um grande desgaste na classe política. Então, é um desafio você enfrenta esse preconceito contra políticos. Essa é a palavra, porque há uma predisposição das pessoas em achar que não há boa intenção naqueles que se propões colocar seu nome para disputar um cargo político. A gente não pode abrir mão de cada um fazer a sua parte . Eu vou fazer a minha. Não sei se serei eleito, mas a minha parte eu vou fazer. Vou colocar meu nome e se a sociedade entender que serei útil, serei útil da forma que puder. Se não entender respeitarei e continuarei fazendo a minha parte até que cesse o meu tempo na terra.
BMA – Homero, você estava no PSDB, o tempo que você na prefeitura, no PSDB do prefeito Arthur Virgílio Neto. Você voltou pro PHS de onde você já tinha vindo. Como foi essa escolha pra voltar pro PHS?
Homero – Fui candidato em 2006, 2008 e 2012 pelo PHS. Foi o único partido em que me candidatei até hoje. Um partido pequeno que tem ainda uma história de crescimento pela frente. Quando eu estava no PHS – de onde eu sai para ser secretário do prefeito Arthur Neto –, entendi que era um ato de respeito, de apoio político a ele, que é um líder respeitado, me filiar ao PSDB. Foi, como eu disse, um ato de respeito, mas nunca pretendi ser candidato pelo PSDB. Era tão somente para demonstrar ao prefeito o meu alinhamento político com a sua condição administrativa então foi essa a intenção. Mas, nessa retomada político-eleitoral, conversei muito, inclusive com ele, e com membros do PHS para que voltasse pra esse partido que é de fato o partido em que tenho uma identidade com as pessoas que lá estão. Uma identidade ideológica, como também tinha com o PSDB. Único partido em que fui candidato em toda a minha vida foi o PHS. E é lá que pretendo pleitear esse mandato se assim for eleito.
BMA – Você é neto do deputado Homero Miranda Leão que teve cinco mandatos. Além do nome, que legado ele deixou para o senhor?
Homero – Permita lhe corrigir. Na verdade meu avô exerceu 10 mandatos. Foram 40 anos como deputado estadual. Meu avô presidiu a Assembleia por duas vezes e deixou pra mim um legado que não tenho como mensurar. Meu avô é o meu ídolo político. É uma pessoa que doutrinou a minha caminhada, a minha história, minha vida, minha relação com a vida pública. Você (Mário Adolfo) o conheceu certamente ainda como um jovem repórter e sabe que ele deixou uma marca muito grande na sociedade no sentido de que é possível fazer política de forma correta e essa é a minha inspiração. Hoje, as pessoas mais jovens, logicamente, não lembram dele, mas os mais velhos lembram. Ele teve um mandato voltado pra Maués, terra natal dele e minha também. A velha Mundurucânea (terra dos índios Munduruku) Escreveu muitos versos pra essa terra e sem dúvida é uma inspiração. Mais de 40 anos como deputado estadual com 10 mandatos. Sempre sendo reconduzido pelo seu povo.
BMA – Isso é um recorde não é?
Homero – Eu não sei se é um recorde, mas sei que tem gente a caminho aí que possa superar a marca do meu avô. Acho que o Belarmino (Lins), o “Belão” com certeza vai passar essa marca (risos). Ele ainda está jovem. Mas, enfim. Meu avô, de fato passou pela vida pública fazendo história. Governou o Amazonas por duas vezes, interinamente, como presidente da Assembleia. A única vez que ele não concorreu ao cargo de deputado estadual foi quando completou um mandato de seis meses como governador e não podia concorrer. Teve outras atividades públicas louváveis como prefeito de Maués, Manicoré, Itacoatiara. Naquela época o prefeito era nomeado, não era eleito. Tem um legado que pra mim foi pessoal, emocional e imensurável.
BMA – Como pré-candidato a deputado estadual, como e que o senhor avalia hoje a Assembleia Legislativa?
Homero – Eu vejo a política no estado assim: eu penso que a sociedade participa muito pouco da vida política . Lembro de uma tempo em que as pessoas participavam muito mais, acompanhavam o candidato em que tinham votado. Outro dia me desafiaram a perguntar se as pessoas lembravam em quem tinham votado na última eleição. E eu respondi, “como não lembram?” Mas, de fato, por mais incrível que isso possa parecer, algumas não lembraram mesmo em quem tinha votado. Isso é uma coisa que se esquece. Então, veja, há uma dissociação da sociedade com o poder parlamentar. A gente tem muita relação crítica com isso, mas a relação de apoio de apoio não existe.
BMA – O senhor também não acha que isso acontece por falta de uma renovação na política. Tem gente se elegendo aí há 40 anos?
Homero –Eu penso que a atual Assembleia carece de reenergização. Como tudo na vida, a Assembleia Legislativa também, precisa ser renovada, porque toda a vida pública precisa de renovação. Você não pode ser secretário para sempre, você não pode ser deputado, senador , governador para sempre. As pessoa têm que entender que a sociedade precisa reenergizar os seus representantes e seus governantes. Isso é necessário. Porque você começa com carga nova e evita o processo de acomodação. Renovando o quadro tem mais força de trabalho. Então, no caso da Assembleia, respeitosamente, não quero aqui fazer críticas a ninguém, eu penso que no geral, precisamos renovar o Brasil.
BMA – Como médico, qual é a análise que o senhor do quadro de Saúde hoje, do estado do Amazonas?
Homero – O quadro é precário no Brasil e no Amazonas não é diferente. Eu fui gestor agora há pouco e o quadro precário na minha gestão e continua precário agora. Isso porque há um grande déficit em relação à oferta que ter para a população que busca os serviços de saúde. As pessoas hoje ficam meses esperando por um exame, meses esperando por um procedimento que precisa ser feito com urgência. Quem não tem recursos fica meses em uma fila cruel e muita vezes fatal. Muita tem sido feita? Sim, tem sido feita, principalmente por profissionais dedicados, abnegados, que lutam para fazer o seu melhor. Mas, com a estrutura aquebrantada nós temos hoje um enorme déficit. E esse déficit custa vidas.. Infelizmente esta e é a realidade. Ainda temos pacientes em corredores de hospital, temos remédio que não existem nos estoques, pessoas que precisam ter acessos a tratamento especifico de doenças mais graves, que não tem; temos déficit de leitos em UTI: déficit na atenção primária, que luta para crescer e como não consegue, o subinvestimento acaba sobrecarrega a atenção terciaria, porque as pessoas vão para os hospitais quando poderiam ser atendidas nas unidades de saúde. O mais grave na rede hospitalar. Esse é um dos problemas mais graves, que eu avalio com os olhos de muita tristeza. Os nossos colegas profissionais da área de saúde se desdobram, se expõe, e não dão conta de fazer o que é necessário pela população. E não precisa nem ser da área para perceber isso. É só entrar em qualquer hospital e constatar.
BMA – Isso também vale para o governo federal e para a corrupção que foi escancarada pela Operação Maus Caminhos”, não é?
Homero – O SUS tem hoje um tratamento cruel por parte do governo federal, porque reduz recursos. Quando não reduz recursos, ele corta. Esse ano de 2018 é o ano de menor repasse do governo federal para o sistema de Saúde de toda a história, nos últimos 20 anos. Então não dá para suportar isso! Quando eu tenho a coisa mais agravada, piorada, eu tiro condições de trabalho, eu reduzo recursos? Como é que essa conta fecha? Na verdade eu tinha era que ampliar. O SUS é subfinanciado e essa questão do desvio, do roubo, da corrupção é um detalhe que tem que ser resolvido pela polícia, mas não pode ser desculpa para que se coloque menos recursos “porque roubam”. Não existe isso.
BMA – Quando você foi vereador foi da base de apoio do Amazonino Medes (PDT) quando ele era prefeito. Você tem algum tipo de relação hoje com o atual governador?
Homero – Eu tive uma convivência política com o Amazonino quando fui vereador. Ele é amigo da minha família há muitos anos, temos uma relação familiar antiga. Mas tem muito tempo que não o vejo ou tenho contato cm ele. Na verdade não convivo com ele há muito tempo. Mas o respeito pelo que ele já fez. Respeito sua história. Acho que cada um já deu sua contribuição, que se propôs a fazer alguma ou que tentou fazer merece respeito. Mas faz algum tempo que não falo com ele.
BMA – E com o prefeito Arthur Virgílio (PSDB), o senhor mantém a relação política?
Homero – Tenho um grande prazer de ter uma relação antiga com ele. Tenho contato com o Arthur desde o seu primeiro governo, lá atrás, em 1991, quando ele me nomeou para a Divisão Sanitária e enfrentamos, juntos, a epidemia de cólera em Manaus. Foi assim que conheci o prefeito Arthur Virgílio. Depois estive nas campanhas dele para a eleição de refeito com muita honra. Fui nomeado secretário de Saúde e depois trabalhei na sua reeleição. Ali fiquei três anos, até completar uma fase da minha vida. Também tenho o maior respeito pelo prefeito Arthur Virgílio, mas também não temos encontrado muito tempo para conversar, de nos vermos, mas tenho o maior respeito por ele..
BMA – Há 50 anos os políticos do Amazonas vêm lutando para preservar a Zona Franca. Até quando vamos continuar mendigando isso do governo federal. O senhor não acha que está na hora do Estado procurar um novo caminho de desenvolvimento?
Homero – Sem dívida. Há cada crise que enfrentamos, a sociedade acorda e descobre que a Zona Franca é algo e que todos nós dependemos dela. Se ela acabar, bão sei o que faremos da vida. Cio é que vai ser pra manter essa cidade, esse estado funcionando. A Zona Franca é fragilíssima, e agora está novamente ameaçada por um decreto mal pensado do presidente da República, em total descaso com todos nós do Norte e estamos novamente expostos. Nós precisamos s de novos caminhos. Essa terra tem muito a oferecer às pessoas. A Amazônia, no mundo inteiro ,é uma região sonhada e desejada por todos. E nós, os amazonenses, devemos fazer com que isso aqui vire, de fato, um lugar que todo mundo queira vir. É claro que não podemos fazer isso num passe de mágica, mas pelo menos nos próximos 20 anos temos que mudar a matriz. Se não começar a mudar a matriz, o que vai ser dos nossos netos que vão viver aqui no futuro? A minha neta nasceu há 15 dias e quero que ela quando crescer tenham uma terra para viver, como eu tive. Infelizmente eu n~!ao vejo nenhuma movimentação nesse sentido, nem da sociedade e nem do governo, para construir, efetivamente, um novo processo. Vamos lá: turismo seria uma matriz; minério, outra; madeira, por que não? O que acaba com as floresta e o pasto. Feita por técnicos especializados é possível a extração de madeira, sim. Em penso até na questão dos cassinos. Por que não? É possível também gerar emprego e renda através dos cassinos. As pessoas viajam daqui para ir jogar no exterior. Os Estados Unidos tinham um deserto e construiu Las Vegas. O mundo inteiro conhece Las Vegas, por que a gente não pode ter aqui num município da região um hotel maravilhoso com cassinos. Quem tem dinheiro vai lá jogar. Isso não é pra mim e nem pra você, é pra pessoas que têm seu avião, que vai lá com seu dinheiro e joga. E o Estado recebe esses impostos, além de gerar empregos. Então, por que não legalizar isso? O importante é mudar a matriz. Estamos de cabeça branca e não vemos sendo feito. E lá se vão 50 anos. A Zona Franca foi prorrogada e de repente, um decreto de um presidente pode acabar com tudo e deixar, novamente, nossas vidas expostas.
BMA – O Amazonas, hoje, importa até tambaqui de Roraima. Já perdemos a borracha, cupuaçu, urucum e estamos perdendo copaíba. Também começa agora uma ameaça ao guaraná, que é da sua terra, Maués e que vem sendo produzido em maior quantidade na Bahia. Como o senhor avalia isso?
Homero – Isso é um problema. É aquela questão da matriz, né? Temos o guaraná que é nativo e é a base da nossa pequena economia (Maués), modesta economia, mas que é importantíssimo para a terra. Além de ser lendário. Penso que tem que haver políticas de incentivo, de interpretação e políticas de incremento para que isso não deixe de acontecer. Salvador começa a fazer mais guaraná, a plantar mais do que Maués, isso é verdade. É mais fácil mandar guaraná de Salvador para São Paulo do que de Maués para São Paulo. Essa é a grande questão aqui da Amazônia. É mais fácil mandar televisão de uma indústria lá do interior de São Paulo para o Brasil do que do seio aqui da floresta para o resto do País. Então a gente ter esse cuidado e eu lamento que essas políticas não tenham havido ao ponto de proteger e de implementar a produção de algo tão vital como o guaraná e outras culturas, como você falou como o tambaqui. A terra do tambaqui é a nossa. É aqui que tem que ter tambaqui e não em outro lugar do mundo. E não é só tambaqui não são outras coisasa mais. A Malásia levou a nossa borracha, que aqui era nativa e lá foi produzida de forma inteligente. Fruto de descados e de má condução mesmo na questão como um todo.
BMA – O senhor poderia deixar sua mensagem aos leitores que acessarem esse blog?
Homero – Eu acho que ninguém pode desistir. Não devemos nos dar ao luxo de desistir do Brasil. A política faz parte disso e é inevitável passar pela questão partidária, parlamentar e executiva. As pessoas têm que entender que é tempo de valorizar esse segmento da política. Não é abandonar, muito pelo contrário é valorizar para que desse segmento, nós tenhamos resultados melhores. É tempo de cuidar da nossa cidade, de nosso Estado e de nosso País. Espero que as pessoas tenham a consciência de observar o próximo pleito e que saibam escolher os seus representantes com muita atenção porque talvez não tenhamos sempre algumas segundas chances. O tempo de chances se cessam e a gente acaba pagando um preço, que hoje se vê aí, como é o caso da Venezuela, um país de segunda chance não aproveitada.
Fotos: Marcus Vinícius Pessoa/ BMA