O Amazonas voltou a brilhar no cenário nacional da ciência, tecnologia e desenvolvimento criativo no Prêmio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Considerado o Oscar da inovação no país, a premiação vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) busca estimular a criação de soluções que reduzam as desigualdades regionais no país. Com iniciativas diversas, que destacam projetos revolucionários voltados ao desenvolvimento sustentável da Amazônia e do Norte do Brasil como um todo, a região concentra oito vencedores regionais com chances de ganharem a grande premiação nacional. O prêmio principal será entregue em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, pela ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos e pelo presidente da Finep, Luiz Antonio Elias.
Um dos grandes destaques, vencedor na categoria Infraestrutura, Saneamento, Moradia e Mobilidade Sustentáveis, é o projeto “Barco Voador Engenharia e Desenvolvimento - Desenvolvimento de um veículo de efeito solo para operação na Amazônia”. Projetado pela startup amazonense AeroRiver e incubado no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o barco voador Volitan, que recebeu apoio financeiro de cerca de 10 milhões em contrato firmado com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), foi pensado para adaptar o transporte marítimo às condições da região amazonense, unindo princípios de navegação e aviação. Podendo carregar até 10 pessoas ou 1 tonelada de carga, a iniciativa é uma das soluções para o desenvolvimento em mobilidade urbana da região, mas sem perder o foco na sustentabilidade, já que emite menos CO² do que aeronaves e embarcações normalmente utilizadas. Segundo Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, o veículo está previsto para iniciar os testes com tripulação ainda em 2026.
Premiado na categoria Transformação Digital da Indústria, o projeto “Uso de Inteligência Artificial na otimização do processo e controle de qualidade da manufatura da bioeconomia amazônica”, foi realizado pela empresa Getter, em parceria com o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA). A iniciativa utiliza inteligência artificial para transformar o plantio de castanhas-do-Pará, visando reconhecer possíveis contaminações nas sementes e avaliar também a qualidade do óleo obtido a partir delas, utilizando em conjunto estudos de espectroscopia, machine learning e visão computacional. Assim, o projeto refina a produção das castanhas-do-Pará e eleva o seu valor de mercado.
Já a Universidade Federal do Amazonas foi vencedora na categoria Infraestrutura de P&D em ICT, com o projeto “Interdisciplinaridade na Inovação Sustentável e Tecnológica da Amazônia: Integrando Pesquisas em Recursos Florestais, Novos Materiais e Saúde”. A ideia contempla o desenvolvimento de uma plataforma de pesquisa interdisciplinar que integra biotecnologia, recursos hídricos, materiais avançados e saúde. A iniciativa visa fortalecer a cooperação com a indústria, promover a preservação ambiental e estimular o desenvolvimento econômico da região, destacando o estado dentro do cenário de inovação nacional.
Na categoria Ambiente de Inovação, a Fundação Amazônica de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Desembargador Paulo dos Anjos Feitoza, foi a vencedora com o projeto do Hawk Innovation Center, uma iniciativa que pretende estruturar e integrar toda a cadeia ainda isolada de empreendedores da região, fortalecendo o ecossistema local. Com o objetivo de fincar a Amazônica como um dos centros de inovação do Brasil, o HAWK se propõe a ser um ambiente que conecta startups, pesquisadores, empresas e investidores, a fim de catalisar novos negócios e desenvolver soluções de alto impacto.
A Finep investiu em torno de R$700 milhões em recursos para novos projetos contratados entre 2023 e setembro de 2025 e, destes, cerca de 144 projetos fizeram parte das primeiras fases da premiação, que tem por objetivo de destacar o que há de melhor na inovação brasileira e incentivar projetos que visem o desenvolvimento da ciência no Brasil.