Amo do Garantido resgata memória do festival e conta história do 'Boi Biônico' de Parintins

O amo do Boi Garantido, João Paulo Faria, voltou a cumprir um papel que tem se tornado essencial na arena do Festival de Parintins: manter viva a memória da festa para as novas gerações de torcedores. Em uma época em que muitos jovens acompanham o espetáculo sem conhecer a fundo sua trajetória, João Paulo transforma seus versos em verdadeiras aulas de história, preservando episódios marcantes e figuras lendárias do bumbá encarnado.

Na segunda noite do festival, ele relembrou, em tom de crônica rimada, o histórico Garantido de 1978 — ano simbólico para o boi da Baixa do São José e que foi chamdo de 'Boi Biônico', porque pela primeira vez um brinquedo de pano ganhava movimentos. Confira o trecho do verso entoado por João Paulo na arena neste sábado:

Senhoras e senhores, com vocês, o boi-bumbá Garantido de 1978. Meu boi mexeu seu pescoço, piscou até seus olhinhos, Garantido abriu sua boca, comeu capim e um salzinho, balançou suas orelhas, fumaça pelo fuçinho. Depois da primeira noite, o boi contrário, tadinho, fugiu até da disputa, correu! Vazou de fininho. Mas o melhor dessa história foi quando o povo ouviu o som que tremeu a ilha, causou imenso arrepio. Eu acho que foi por isso que o boi contrário fugiu, pois pela primeira vez um boi na quadra mugiu.”

Ao resgatar a cena de 1978, João Paulo não apenas reforça a tradição, mas conecta o passado glorioso do Garantido com o presente vibrante da arena. A estratégia, além de emocionar a galera vermelha e branca, cumpre uma função cultural importante: manter viva a chama da memória do Festival de Parintins.

Que esta 'nova versão' de amo se espalhe e possa levar para o bumbódromo tantas histórias do muito rico Festival de Parintins, tanto de Garantido como do boi bumbá Caprichoso.

O boi biônico

O usuário do X, Gleison Brana, explicou por qual motivo o Garantido de 1978 foi apelidado de 'Boi Biônico'. Naquela época, no final dos anos 70, a TV no Brasil tinha um consumo relativamente grande de conteúdos que vinham do exterior como filmes e séries. Isso porque não existiam muitas produções brasileiras.

"Steve Austin virou uma referência na cultura pop da época com o "homem biônico" que incluia um olho com poderes de zoom e visão noturna, pernas que faziam correr a quase 100km/h e um braço com forças inimagináveis e até um dispositivo que detectava radiação (contador Geiger)", explicou no Twitter.