Vereadores da base de Marcelo Crivella (Republicanos), pré-candidato à reeleição, pretendem não marcar presença na sessão marcada para hoje na Câmara Municipal do Rio para discutir pedido de abertura de processo de impeachment do prefeito. Diferentemente do ano passado, quando os governistas derrotaram a oposição por 35 votos a 13 na votação do pedido de afastamento, não há segurança de que o resultado se repita agora. A imagem do prefeito ficou desgastada pela revelação da atuação dos "Guardiões do Crivella" - servidores da prefeitura escalados para atrapalhar e impedir o trabalho da imprensa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Dois pedidos de impedimento foram protocolados na terça-feira, 1, um dia depois de reportagem da TV Globo revelar a ação dos funcionários comissionados do município em frente a hospitais municipais. No mesmo dia, Polícia Civil abriu inquérito para investigar indícios de crimes como peculato, constrangimento ilegal e associação criminosa. Nesta quarta, 2, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio pediu à Promotoria que investigue se o prefeito cometeu crime eleitoral. Oficialmente, a prefeitura afirmou que os "Guardiões do Crivella", como são chamados em grupos de WhatsApp, tentavam apenas divulgar informações corretas.
O requerimento está na pauta desta quinta-feira, 3. Se for a votação, a chance de Crivella enfrentar um processo de impeachment é grande. O episódio envolvendo os comissionados tem levado vereadores "indecisos" a migrar para a oposição. Entre eles há candidatos, e o temor é que o eventual apoio a Crivella impacte negativamente na votação.
O Regimento da Casa exige presença mínima de 26 dos 51 vereadores para abrir a sessão, e aprovação por maioria simples (metade mais um) dos presentes para o pedido ser acatado. Um processo de impeachment durante a campanha eleitoral agravaria sensivelmente a situação de Crivella. Apesar disso, o possível andamento não deverá ser capaz de afastar o prefeito do cargo antes do segundo turno, em 29 de novembro.