Um espetáculo grandioso, como grandiosa é a vida de Bibi Ferreira. É o mínimo que se pode dizer do ‘Bibi, uma vida em musical’. que encerrou sua temporada de três dias em Manaus neste domingo (15), com o Teatro Amazonas completamente lotado. Ovacionado pelo público de pé, o que levou alguns atores a se emocionarem e acabar chorando, o espetáculo é um turbilhão de emoções, como era a vida da filha de Procópio Ferreira. Aliás, o musical não emociona somente os artistas, mas também a plateia. Antes de fechar a cortina, a atriz que vive Bibi, Amanda Acosta, chegou a beijar o chão do palco que Bibi também pisou em 2010.
Essa não foi a única vez que o destino cruzou Manaus na vida de Bibi. Em 1947 ela filmou O Fim do Rio (The End of River), de Derek Twist, no qual teve como parceiro o ator indiano Sabu. Em 1950 é protagonista de Almas Adversas, de Leo Marten, com argumento de Lucio Cardoso, e contracena com Fregolente, Lúcia Lopes, Graça Mello, Pérola Negra e Labanca.
O musical
‘Bibi, uma vida em musical' conta a vida e a trajetória artística de uma das maiores atrizes brasileiras, que aos 19 anos foi levada ao mundo da fama pela mão do pai, o ator Procópio Ferreira. O ano era de 1941 e a peça se chamava La Locandeira, onde ela interpretou "Mirandolina". Em 1944, montou sua própria companhia teatral.
Com um elenco de 80 atores que cantam e dançam e um figurino impecável, o musical obteve 112 indicações a prêmios, tendo vencido 45 premiações nacionais.
O texto de Artur Xexeo e Luana Guimarães – com direção de Tadeu Aguiar –, resgata como num documentário gravado em videotape, as fases da vida de Ibigail Izquerdo Ferreira, o verdadeiro nome da atriz, que fez fama como Bibi, pelo excesso de carinho do pai. Paralelo à vida profissional, resgata a história da vida pessoal da atriz, seus amores, sua carreira ao lado do pai, Procópio Ferreira, sua companhia de teatro, sua relação familiar, seus grandes espetáculos, entre eles, My Fair Lady, O Homem de la mancha, Alô Dolly, Gota d´água até chegar a Piaf, seu maior sucesso que ficou em cartaz por mais de 30 anos.
O grand finale resgata o sonho de infância Bibi, realizado aos 90 anos, a histórica apresentação na Broadway. Os atores deixaram o palco com a plateia gritando “Bibi!, Bibi!, Bibi! A última página dessa história tão emocionante, traz Bibi sendo levada nos braços do carnaval, como enredo da escola de samba Viradouro.
Sem dúvidas, quem foi ao teatro Amazonas no fim de semana teve a felicidade de assistir a um espetáculo que faz jus a memória de Bibi Ferreira, a maior atriz brasileira, morta aos 96 anos, no dia 13 de fevereiro de 2019, no Rio de uma parada cardíaca.
Mas como disse a produtora executiva e idealizadora do espetáculo, Cláudia Negri, “Bibi não vai morrer nunca”.