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Bolsonaro admite não ter provas de fraude eleitoral e divulga relatos já desmentidos

Opresidente Jair Bolsonaro admitiu nesta quinta-feira, 29, que não possui provas de fraudes no sistema de urnas eletrônicas do Brasil. Em transmissão que prometia divulgar comprovações para acusações que vem fazendo há anos, o presidente se limitou a reforçar acusações sem provas e a divulgar relatos de eleitores, boa parte deles já desmentidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A informação foi publicada pelo Diário do Nordeste.

"Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios. Crime se desvenda com vários indícios", disse, durante live nas redes sociais. "É uma certeza? Não é.uma certeza. Mas é um indício fortíssimo", reforçou.

Jair Bolsonaro também subiu das críticas contra o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Criticando resistência do ministro contra a adoção do voto impresso, o presidente chegou a relacionar Barroso com o ex-presidente Lula (PT) e sugerir que ele buscaria “inquietação” da população.

“É justo quem tirou o Lula da cadeia, quem o tornou elegível, ser o mesmo que vai contar o voto numa sala secreta do TSE? Cadê a contagem pública de votos. Eu quero eleições no ano que vem, mas eleições limpas, democráticas, sinceras”, disse, em transmissão ao vivo que realiza todas as quintas-feiras pelas redes sociais.

Mesmo tendo anunciado a live prometendo a apresentação de provas de fraudes no sistema de urnas eletrônicas, o presidente não apresentou qualquer comprovação das acusações. No início da transmissão, ele disse apenas que apresentaria “indícios fortíssimos, ainda em fase de aprofundamento” de situações irregulares, citando inclusive vídeos apócrifos divulgados nas eleições de 2018.

Vídeo de youtuber

Após o discurso inicial, o presidente apresentou o vídeo de um youtuber, que se diz programador, que fala sobre possíveis formas de fraudar o sistema eleitoral brasileiro. A gravação, no entanto, mostra uma simulação precária de urna eletrônica, sem qualquer relação com o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "São vídeos que estão disponíveis na Internet", disse o presidente.

“Onde quer chegar esse homem que atualmente preside o TSE? Quer a inquietação do povo, quer que movimentos surjam no futuro, que não condizem com a democracia?”, disse, afirmando ainda que Barroso teria articulado contra a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) instituindo o voto impresso.

Por que o presidente do TSE, na iminência de ver a PEC da deputada Bia Kicis ser aprovada na comissão especial, ele vai para dentro do parlamento, se reúne com lideranças partidárias, e, no dia seguinte, muitos desses líderes trocam membros da comissão por parlamentares contrários à PEC. Que poder esse homem tem? Por que ele não quer uma eleição democrática?", disse.

Queda nas pesquisas

As acusações de Bolsonaro contra o sistema de urnas eletrônicas vem se intensificando desde o ano passado, após pesquisas eleitorais demonstrarem queda da popularidade do presidente. Na última rodada da pesquisa Datafolha, Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Lula nas intenções de voto, em 58% contra 31%.

No início da transmissão, o presidente voltou a defender condução do governo da pandemia de coronavírus no País. Como tem feito deste o início da crise sanitária, voltou a acusar o Supremo Tribunal Federal (STF) de ter limitado atuação do governo federal no controle da doença. Na verdade, a Corte apenas reconheceu a autonomia de estados e municípios para tomarem ações de olho no combate da Covid-19.

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