O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi escolhido a pessoa do ano na categoria crime organizado e corrupção da OCCRP (Organized Crime and Corruption Reporting Project's), consórcio internacional de jornalistas investigativos e centros de mídia independentes.
A organização aponta que o presidente do Brasil é "cercado por figuras corruptas, usa propaganda para promover sua agenda populista, minou o Sistema de Justiça e trava uma guerra destrutiva contra a região da Amazônia que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terra do país".
O consórcio também destacou as relações da família Bolsonaro, lembrando que os filhos Carlos, vereador, e Flávio, senador, são investigados pela suposta prática de "rachadinha".
Flávio Bolsonaro também é lembrado por ter contratado parentes de milicianos envolvidos no assassinado da vereadora Marielle Franco.
"A família de Bolsonaro e seu círculo íntimo parecem estar envolvidos em uma conspiração criminosa em andamento e têm sido regularmente acusados de roubar do povo" afirmou Drew Sullivan, editor do OCCRP.
Bolsonaro foi escolhido por um júri de jornalistas investigativos, acadêmicos e ativistas superando por pouco os presidentes dos EUA, Donald Trump, apontado como responsável pelo retrocesso de ações contra a corrupção no país ao favorecer líderes e bilionários envolvidos em crimes, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que tem minado instituições democráticas turcas.
Outro finalista foi o bilionário ucraniano Ihor Kolomoisky, que, segundo o consórcio, emprestou US$ 5 bilhões de um banco controlado por ele e desapareceu com o dinheiro em paraísos fiscais, gerando perdas de 40% nos depósitos privados do país.
Já foram escolhidos em edições anteriores os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; do Azerbaijão, Ilham Aliyev; e das Filipinas, Rodrigo Duterte.