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(Parintins – AM) – As manifestações religiosas em todas as suas matizes, numa perfeita sincronia, será a tônica das três noites de apresentações do Boi Bumbá Caprichoso, na arena do Bumbódromo de Parintins, a 369 quilômetros de Manaus. A disputa do 53º Festival Folclórico de Parintins será aberta pela nação azul na noite desta sexta-feira.

A reunião com os jornalistas para apresentação do Projeto de Arena do Bumbá “Sabedoria popular – uma revolução ancestral” aconteceu na Chácara do empresário Dodó Carvalho, na comunidade suburbana Aninga, a cerca de sete quilômetros do centro da Ilha Tupinambarana.

Desde a abertura do encontro com a imprensa, o Conselho de Artes azulado mostrou a cara do projeto plural para a evolução nas noites da disputa. Padre, pai de santo, representantes do candomblé , da comunidade judaica parintinense, da imigração japonesa e das etnias indígenas fizeram parte da apresentação do projeto pelo presidente do conselho, Erick Nakanome. “Um apelo cultural popular que vai mostrar o Festival de Parintins como cultura popular brasileira uma bandeira de luta”, citou.

Evolução
De acordo com o projeto, na primeira noite O bumbá abordará a Ancestralidade, o ethos do saber popular; raiz, herança, continuidade, união e testemunho. “Somos o caminhar permanente entre passado e presente, e a salvaguarda desse saber. Somos resultados de vários processos de passagem de tempo, que nos transforma sem nos distanciar de nós mesmos”, diz o projeto.

Em outro trecho, são citados os princípios da revolução: “identidade, respeito e justiça. Nossa reverência a este saber representativo e cerimonial de todas as culturas ancestrais. O pulsar da vida, a consciência da ancestralidade, o pulsar da revolução ancestral inicia de fato a apresentação do Boi-Bumbá Caprichoso”.

Na segunda noite, sábado, 30, será a oportunidade dos “Encontros, um mosaico de saberes”. Os idealizadores dizem “sim, houve um encontro ou um embate! “Perdemos, adaptamos, tivemos que morrer para renascer. A cada dia uma conquista, novos desafios. Sob a ótica dos grupos culturais dominados, enfrentamos os monstros do imaginário europeu, que significavam o desconhecido, mas também representavam o preconceito e falta de alteridade em relação aos grupos humanos encontrados nas novas terras descobertas.

Para a última noite, quando o Bumbá é responsável pelo enceramento do festival 2018, a exaltação à “Arte, a revolução pelo saber popular” será a tônica da apresentação do Touro Negro da Francesa. “A herança artística de matriz ancestral é moldada na geografia amazônica e na poética multicultural, presentes desde as incisões sagradas das cerâmicas Kunduri e tapajônica, das pirografias sateré e dos sfumatos pictóricos trazidos por Miguel de Pascale que estão até hoje presentes na cenografia do espetáculo do boi-bumbá”, assinala o projeto.

Floriano Lins, com informações do prospecto distribuído na coletiva de imprensa / Fotos: Riso Alencar

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