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Caprichoso e Garantido apertam cerco contra pirataria e uso indevido de suas marcas

Cultura ameaçada: pirataria desvia recursos e põe em risco projetos sociais dos bois

Pirata não sustenta tradição: Festival de Parintins reforça combate a produtos ilegais - Foto: BMA com uso de IA

A poucos dias de mais uma edição do Festival de Parintins, cresce o alerta contra uma ameaça silenciosa, porém devastadora: a pirataria. A venda ilegal de produtos não licenciados, que usam indevidamente as marcas dos bois Garantido e Caprichoso, compromete diretamente a sustentabilidade financeira do maior espetáculo folclórico da Amazônia e afeta toda uma cadeia produtiva que inclui artesãos, músicos, produtores culturais e centenas de trabalhadores da economia criativa local.

Camisas, bonés, acessórios e até souvenirs digitais circulam sem controle, enquanto produtos oficiais, que financiam boa parte das operações dos bois, perdem espaço no mercado. “Quando você compra um item licenciado, está ajudando a manter viva uma tradição cultural e garantindo que o festival siga crescendo com qualidade”, reforçam os organizadores do evento.

Muito além do espetáculo: os custos invisíveis dos bois

Muitos acreditam que os bois dispõem de recursos abundantes graças à visibilidade do festival. Mas a realidade é outra. A receita vinda da venda de ingressos e repasses públicos se concentra quase exclusivamente na produção do espetáculo na arena – um evento grandioso que, após a pandemia, viu seus custos dispararem com o aumento do preço de materiais e a oscilação cambial do dólar.

Além da festa, os bois mantêm sedes próprias com despesas fixas como energia elétrica, internet, segurança, salários de funcionários, além de atividades sociais e ambientais, como escolinhas de arte e ações comunitárias. Sem patrocinadores fixos e com um quadro de sócios altamente inadimplente — 70% estão com contribuições em atraso —, a sobrevivência dessas iniciativas depende diretamente de receitas como o licenciamento oficial da marca.

Camisetas são vendidas sem respeito algum às marcas dos bois

Licenciar não é opcional — é essencial

O licenciamento de produtos não é apenas uma estratégia comercial, mas uma forma de proteger e valorizar a identidade dos bois. Contratos com exclusividade por setor garantem seriedade aos parceiros e evitam práticas como o “marketing de emboscada”, em que empresas não autorizadas se aproveitam da visibilidade do festival para lucrar às custas da imagem dos bois — o que pode afastar patrocinadores legítimos.

“Usar a marca Garantido ou Caprichoso sem autorização é o mesmo que imprimir camisetas com o escudo do Flamengo ou vender brinquedos com a imagem do Mickey Mouse sem pagar por isso. É ilegal e desrespeitoso”, explica um advogado ligado ao setor cultural.

Cultura ameaçada também no digital

A pirataria não se limita às barracas de rua. A reprodução não autorizada de DVDs e o compartilhamento de faixas musicais em plataformas digitais também ferem o direito autoral de compositores e intérpretes. “A toada é mais que uma música, é patrimônio cultural”, afirma um artista do boi. “Quando ela circula sem controle, todos perdem.”

Produtos sem licença vendidos pela Shopee

Ações de enfrentamento e educação do público

Para conter o avanço da pirataria, os bois Garantido e Caprichoso vêm intensificando ações em parceria com órgãos de fiscalização e a organização do festival. As principais iniciativas incluem:

  • Selo de autenticidade em produtos oficiais, que facilita a identificação pelo consumidor;
  • Campanhas educativas nas redes sociais e pontos de venda, alertando para os prejuízos da pirataria;
  • Fiscalização rigorosa, com apreensão de mercadorias falsificadas em feiras, lojas e plataformas digitais.

Durante o festival, também estão previstos debates sobre propriedade intelectual e o impacto econômico da pirataria, reunindo representantes do setor cultural, jurídico e empresarial.

Oportunidade para quem faz direito

Ao mesmo tempo, o licenciamento abre portas para artesãos, costureiras, designers e pequenos empreendedores locais. Produtos oficiais ganham cada vez mais espaço em lojas físicas e online, movimentando a economia da cidade e gerando empregos.

“A gente quer que mais gente lucre com o festival, sim — mas com responsabilidade”, diz uma liderança cultural. “O licenciamento não é um entrave. É uma chance de crescer junto com os bois, de forma justa e legal.”

Quem quiser licenciar produtos pode procurar os bois pelas redes sociais ou a Maná Produções pelos links linktr.ee/mana.producoes.

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Amazonas Shopping tem loja oficial com produtos de Caprichoso e Garantido

*Com informações da Maná Produções

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