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Caso Benício: Defesa de médica atribui a sistema do hospital registro de adrenalina por via incorreta

Advogados de Juliana Brasil afirmam que o sistema do hospital mudou automaticamente a via da adrenalina prescrita para Benício Xavier

Médica Juliana Brasil investigada pela morte de Benício Xavier, de 6 anos - Foto: Reprodução

A defesa da médica Juliana Brasil afirma que o reconhecimento de erro feito por ela logo após a morte de Benício Xavier, de 6 anos, ocorreu “no calor do momento” e sustenta que a prescrição de adrenalina por via intravenosa registrada no prontuário teria sido resultado de uma falha no sistema utilizado pelo Hospital Santa Júlia. A informação é do G1.

Os advogados apresentaram um vídeo que, segundo eles, demonstra problemas na plataforma digital de prescrição da unidade. A gravação mostra a navegação no sistema e, de acordo com a defesa, indicaria que a ferramenta pode alterar automaticamente a via de administração inserida pelo profissional.

Segundo a defesa da médica, ela teria registrado a medicação por via inalatória, mas o sistema teria modificado a informação para a via intravenosa durante o atendimento, em um momento em que, afirmam, a plataforma apresentava instabilidade.

Os advogados argumentam ainda que a médica não teria percebido a alteração e reforçam que possíveis falhas estruturais do hospital podem ter contribuído para o agravamento do quadro do menino.

“Juliana não escreveu a prescrição manualmente. Hoje, as prescrições são feitas por um sistema automatizado. Quando ela registra a via de administração, o próprio sistema pode entender que está incorreta e alterá-la automaticamente. Isso já foi relatado por outros profissionais. Se fosse uma prescrição escrita, o erro não teria acontecido”, afirmou o advogado Felipe Braga.

Ele acrescenta que a via intravenosa registrada seria decorrente dessa suposta falha e não de negligência, e cita que a Anvisa já teria feito recomendações contrárias a determinados níveis de automação em sistemas de prescrição. A defesa também alega que o sistema do hospital apresentou instabilidade no dia do atendimento.

O delegado Marcelo Martins, que acompanha as investigações, confirmou que essa hipótese também está sob análise.

O Hospital Santa Júlia informou que não irá se manifestar sobre o caso.

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