O Amazonas registra queda de 34,8% nos casos de hepatites virais, no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. O dado reforça a importância das ações contínuas, como testagem, vacinação e educação em saúde que, neste mês, ganham reforço com a campanha Julho Amarelo.
No Amazonas, a campanha Julho Amarelo está sob a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde. A iniciativa visa reforçar a importância do monitoramento e enfrentamento da doença.
O “Julho Amarelo” destaca os cuidados preventivos às hepatites virais, um conjunto de infecções que afetam o fígado, podendo levar a graves problemas de saúde. Anualmente, a programação inclui intensificação da vacinação contra a hepatite b, orientação em relação à testagem e diagnóstico precoce, oficinas e ações de educação em saúde em parceria com as secretarias municipais.
“Temos a testagem rápida e a vacina, na rede estadual e na rede básica de saúde, um serviço que é descentralizado e gratuito para facilitar o acesso da população e que são importantes formas de prevenção e interrupção da cadeia de transmissão”, orienta a secretária de Estado de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud.
O teste para hepatites B e C estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todos os municípios. Na capital, o teste pode ser realizado, também, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) das Policlínicas estaduais, na Fundação de Medicina Tropical - Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e nos Centros de Atenção Integral ao Idoso (Caimi).
“De forma geral, a orientação é manter regularidade na testagem. O vírus pode estar no organismo e a pessoa não sentir nada”, enfatiza a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim.
A orientação da coordenadora do Programa Estadual de Hepatites Virais, Vanieli Cappellesso, é que a população realize a testagem uma vez ao ano. “No entanto, pessoas que não usam preservativos na relação sexual, ou deixam de usar o método, precisam realizar testagens mais de uma vez ao ano”, disse.
Alerta para vacinação
A cobertura vacinal contra hepatite B no Amazonas (a parcial de 2025), é de 87,2%, na população menor de 1 ano de idade (usada para o cálculo). O esquema vacinal é destinado a bebês ao nascer (nas primeiras 12 horas de vida); aos 2, 4 e 6 meses de idade. A vacina contra a hepatite B é encontrada nas Unidades Básicas de Saúde com sala de vacinação na capital e interior, além das maternidades.
A análise comparativa aponta para a redução de 34,8% nos casos de hepatites virais no Amazonas, entre os primeiros semestres de 2025 e 2024. De janeiro a junho de 2025, foram registrados 309 casos, sendo 3 de hepatite A, 218 de hepatite B, 81 de hepatite C e 7 de hepatite D. De janeiro a junho de 2024, foram registrados 474 casos da doença, sendo 11 de hepatite A, 305 de hepatite B, 128 de hepatite C e 30 de hepatite D.
Tanto em 2024 como em 2025, o maior quantitativo de casos é de hepatite B, tipo da doença que é alvo da vacina gratuita e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Fazemos um alerta para pais, mães e responsáveis que mantenham a caderneta de vacinação da criança sempre atualizada”, acrescenta a gerente de imunização do Departamento de Vigilância Epidemiológica FVS-RCP, Angela Desirée.
Além disso, há ainda a vacina contra hepatite A, no SUS, para crianças com idade entre 12 meses e menores de 5 anos.
Hepatites virais
A hepatite viral é uma doença infecciosa causada por cinco vírus diferentes, além de ser silenciosa e sem sintomas aparentes. As manifestações clínicas costumam surgir apenas quando a doença hepática está no estágio avançado, o que dificulta o tratamento adequado.
A doença é transmitida por contato com sangue contaminado, relação sexual desprotegida ou de mãe para filho. O diagnóstico precoce é fundamental para não evoluir para cirrose e câncer do fígado.
A prevenção inclui o não compartilhamento de agulhas, alicates de unha, lâminas e seringas; vacinação contra hepatite A e B disponível no SUS; e uso de preservativos em relação sexual, além da testagem regular de detecção da doença.