No dia 17 de junho, o compositor Chico da Silva deu uma entrevista ao jornal Amazonas Em Tempo dizendo que está em curso um processo contra o Boi Garantido, requerendo pagamento de direitos sobre suas toadas tocadas no Festival Folclórico de Parintins. “Os dirigentes dos bois não dão a mínima para os autores, especialmente, para os mais antigos. Você sempre tem que dar oportunidade aos jovens, mas tradição tem os ingredientes que não podem deixar de estar presentes. O Garantido não me paga direito de arena, direito das minhas músicas e estou com um processo aí que está rolando na justiça, inclusive o Garantido está proibido de cantar as minhas músicas”, disse na entrevista.
Mas, 12 dias depois, a toada Vermelho foi levada para a arena do Bumbódromo na segunda noite de festival. Como sempre, a torcida vibrou, principalmente os turistas de fora do Amazonas e que conhecem a festa exatamente pela histórica toada.
O Blog do Mário Adolfo entrou em contato com Chico da Silva, que esteve no Bumbódromo e ouviu quando Vermelho tomou conta da massa encarnada. Ele foi taxativo: “Tocaram e foi surpresa para mim. Não pediram autorização. Se eu gostei? Foi ótimo. Adorei. O Garantido não pode deixar de cantar a toada Vermelho. O país todo canta”.
De acordo com o corpo jurídico, a dívida do Garantido com Chico da Silva está calculada entre R$ 100 mil e 200 mil. “Em 2017 entramos com a ação em que cobramos direitos autorais dos anos de 2014, 2015, 2016 e pedimos uma liminar que impediria o Garantido de tocar qualquer toada do Sr. Chico no ano de 2017. Em 2017 mesmo eles desobedeceram a ordem e neste mesmo processo cobramos a multa. Em relação a 2018 e 2019 não temos essa liminar, pois a liminar foi apenas para 2017, mas não justifica o Garantido continuar tocando as músicas do Sr. Chico sem prévia autorização do autor da obra”, explicou ao blog, em nota, o advogado César Cardoso.
Chico da Silva, no entanto, acredita que tudo vai ser resolvido. Em Parintins, feliz com a apresentação dois dois bois na arena, ele finaliza: “Deixa. Podem tocar. Depois a gente se acerta. O processo continua”.
Assessoria de comunicação do Garantido informou que ainda não há um acordo formal entre o boi e o compositor. Mas que o corpo jurídico, hoje formado por 10 pessoas, está a par da situação e tentando sanar as questões para que se chegue a um valor que seja bom para ambos.
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