Na webconferência “Desmatamento e Queimadas na Amazônia: Desafio de Todos!”, realizada pelo Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) nesta sexta-feira (17), o presidente do comitê científico do International Geosphere Biosphere Progamme, Carlos Nobre, afirmou que o desmatamento da Amazônia alcançou níveis irreversíveis.
“Não estamos, infelizmente, longe desse ponto de não retorno. Se em meados de 2050, este cenário com a mudança climática, o desmatamento em 20% e os efeitos do aumento nos incêndios florestais, teremos uma parte de savana que tornaria as consequências irreversíveis na floresta amazônica”, ressaltou o pesquisador.
Ele apresentou dados que mostram o porquê da necessidade dos órgãos públicos fomentarem a discussão acerca da temática, sobretudo os que estão diretamente envolvidos na preservação da floresta amazônica.
Com a temática “Está a Amazônia próxima de um ponto de não retorno?” o pesquisador destacou as peculiaridades da floresta amazônica, que consegue gerar umidade e chuva para si mesma, diferente de outros biomas, sendo fator primordial em sua biodiversidade.
“A floresta amazônica existe porque não existe uma estação seca, como é o exemplo do cerrado. A floresta gera condições para sua própria existência, gerando chuva, tornando a estação seca muito curta. Essa evolução biológica faz um solo super úmido e, portanto, quando tem uma descarga elétrica, não propaga fogo. Por isso o tamanho da biodiversidade na Amazônia”, explicou o pesquisador Carlos Nobre.