No dia seguinte ao lançamento do programa habitacional federal “Casa Verde Amarela”, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, participou de uma reunião virtual da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) com o ministro da economia, Paulo Guedes, para discutir sobre obras habitacionais populares no país e cobrou do ministro o pagamento de dívidas do antigo programa, o “Minha Casa, Minha Vida”. “Para que seja feito qualquer investimento no programa novo é necessário liquidar as contas velhas, evitar dívidas”, afirmou Virgílio.
“A Caixa [Econômica Federal] atrasa as medições das unidades habitacionais construídas e, consequentemente, o pagamento das obras. Isso faz com que corramos o risco de não entregar os empreendimentos em tempo hábil. Estou terminando o oitavo ano de mandato e o problema que enfrento, certamente não ocorre apenas em Manaus”, explicou o prefeito da capital amazonense, que por meio da adesão ao programa federal já entregou quase 1,5 mil apartamentos populares e está em fase final da construção de 500 unidades.
Reconhecendo o problema, o ministro Paulo Guedes explicou que a Caixa tem enfrentado um acúmulo de atividades. “A direção da Caixa está ciente e esse problema ocorre porque estamos entupidos de trabalho. Estamos com um enorme desafio de desempenho em função de vários grandes programas ao mesmo tempo, como o ‘FGTS Emergencial’, o ‘Auxílio Emergencial’ e, agora, o ‘Casa Verde Amarela’. Estamos trabalhando para solucionar esses problemas, vamos fazer esse esforço nessa reta final”, prometeu o ministro.
Privatizações
Durante a reunião, o prefeito de Manaus também alertou ao ministro Paulo Guedes sobre a importância das privatizações de empresas públicas. “Está na hora de o governo encarar essa questão das privatizações como publicidade, mostrar o valor delas, apresentando as empresas que devem ser extintas, as que devem ser preparadas para privatização e as grandes que necessitam ser vendidas logo, como Eletrobras e Petrobras”, destacou Arthur Virgílio. “Ainda existe um pensamento bastante retrógrado, que é contra a privatização, mas as empresas não privatizadas renderam escândalos em todos o país, por isso, o governo precisa mostrar as vantagens e desvantagens de se privatizar”, completou.
Guedes agradeceu a sugestão de Arthur e disse que precisa do apoio do Congresso Nacional, para que as privatizações sigam adiante. “Temos uma economia muito dirigista, centralizada, que acabou levando à corrupção dentro de uma democracia. A rota de privatizações é desejada, vamos tentar seguir com o apoio do Congresso, que já se mostrou reformista”, finalizou Guedes.