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Em Tefé, homem é preso por abusar sexualmente de enteadas; uma está grávida

O resultado da operação foi apresentado em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23/01)

Homem foi preso por policiais de Tefé

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus), e do Departamento de Polícia do Interior (DPI), com o apoio da Guarda Civil Municipal (GCM), deflagrou uma operação na quarta-feira (22/01) que resultou na prisão de um homem de 37 anos, investigado por estupro de vulnerável contra suas duas enteadas, que atualmente têm 14 e 18 anos. A vítima de 14 anos está grávida de seis meses em decorrência dos abusos sofridos.

O resultado da operação foi apresentado em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23/01), na sede da Delegacia Geral (DG), no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus. Na ocasião, o delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, destacou que a instituição tem realizado diversas operações nos municípios do interior do Estado, com foco no combate a crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes.

“No ano passado, realizamos quase 300 prisões, e neste ano já estamos atuando de forma muito enfática nesse enfrentamento. A delegada Nathalia Oliveira coordenou essa operação, que resultou na prisão de um padrasto que abusava de suas duas enteadas em uma comunidade distante do município de Tefé. Apesar da logística e das dificuldades geográficas da região, isso não é um impedimento para o trabalho que a polícia vem realizando”, destacou o delegado-geral.

Fraga também elogiou o trabalho realizado pela Polícia Civil em Tefé e nos demais municípios do interior. “É essencial proteger nossas crianças e adolescentes. A dimensão do nosso estado não será um limitador para que possamos tirar esses criminosos das ruas e colocá-los atrás das grades”, reforçou o delegado-geral.

Durante a coletiva, o delegado Paulo Mavignier, diretor do DPI, parabenizou o trabalho da equipe policial de Tefé, destacando as grandes prisões realizadas na região. Ele ressaltou que a atuação da Polícia Civil tem alcançado índices inéditos na proteção de crianças e adolescentes, o que reflete na confiança e credibilidade que a instituição transmite à população. “Isso mostra que nenhum caso ficará sem resposta. Seja na cidade ou na comunidade mais distante, a Polícia Civil estará pronta para atuar”, afirmou.

O delegado também fez um alerta para que as famílias fiquem atentas à segurança de suas crianças. “Pedimos que a população permaneça vigilante e não relaxe na proteção dos pequenos. Caso tenha conhecimento de algum crime, faça sua parte e denuncie por meio dos números de disque-denúncia, 181 e 190. A resposta será dada”, enfatizou Mavignier.

Investigações

Conforme a delegada Nathalia Oliveira, da DEP de Tefé, a vítima de 18 anos relatou ter sido abusada sexualmente pelo homem entre os 8 e 9 anos, quando ainda morava na comunidade Turezinho I. Entre os 11 e 12 anos, os abusos passaram a ocorrer com frequência e só cessaram após ela se mudar para a sede do município. Posteriormente, ela engravidou do marido e enfrentou uma depressão pós-parto, momento em que os reflexos dos abusos sexuais vieram à tona.

“Ela passou por acompanhamento psicológico e narrou que havia sido estuprada pelo padrasto. Além disso, informou que tomou conhecimento de que sua irmã de 14 anos também estava sendo abusada pelo mesmo homem, mas não contou à mãe devido às ameaças que recebia. A vítima compartilhou a situação com a tia, que acionou o Conselho Tutelar e, posteriormente, a polícia”, disse a delegada.

As investigações foram iniciadas e a vítima de 14 anos passou por uma escuta especial, onde relatou que era abusada pelo padrasto desde os 11 anos. O primeiro abuso aconteceu quando sua mãe saiu para lavar louça no rio levando os demais irmãos, deixando-a sozinha em casa com o autor. Desde então, os crimes passaram a acontecer com frequência; ele inclusive mandava que ela o encontrasse em um local onde coletavam castanhas na mata.

“Aos 12 anos, ela passou um tempo na cidade para estudar, mas sentiu falta da família e retornou à comunidade. Aos 13 anos, os abusos recomeçaram e resultaram em sua gravidez. O homem passou a ameaçá-la; quando bebia, tornava-se agressivo e ela temia por sua vida e pela segurança de sua família caso negasse suas vontades”, informou Nathalia Oliveira.

Segundo a titular da DEP, em depoimento, as vítimas relataram ainda que haviam sido abusadas pelo pai do padrasto. Com base nessa informação, será instaurado um inquérito policial para apurar esse novo fato.

Durante as diligências, a equipe de investigação recebeu informações de que o homem havia sido assassinado em Manaus. No entanto, denúncias anônimas recebidas posteriormente por meio de uma carta informaram que ele estava vivo e residindo em uma comunidade na zona rural do município. A mãe afirmou não saber dos abusos até encontrar as cartas do suspeito se declarando para sua filha menor.

Com base em todas as provas coletadas, foi solicitado à Justiça um mandado de prisão em nome dele, e a ordem judicial foi decretada.

Prisão

A Polícia Civil, em conjunto com a GCM, dirigiu-se ao local onde o suspeito estava, a cerca de 40 minutos da sede do município, e cumpriu o mandado de prisão. Ele possuía uma arma de fogo e foi autuado em flagrante por posse ilegal.

Em depoimento, o suspeito confessou o crime em relação à menor, considerando que ela está grávida. Contudo, nega as acusações referentes à vítima maior de idade.

A vítima de 14 anos foi encaminhada ao Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), onde receberá acompanhamento psicológico. A mãe e a outra vítima também receberão assistência das assistentes sociais do município.

O homem responderá por estupro de vulnerável e ficará à disposição do Poder Judiciário.

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