O Boi Garantido encerrou, neste domingo (29/06), a terceira e última noite de apresentações do 58º Festival de Parintins, promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Em busca do 33º título de sua história, o bumbá vermelho e branco levou à arena o espetáculo com a temática "Garantido, Boi do Brasil", parte do projeto artístico maior deste ano, intitulado "Boi do Povo, Boi do Povão".
A apresentação iniciou destacando a riqueza e diversidade cultural do país, em uma grande celebração folclórica que homenageou bois de todas as regiões do Brasil, do Norte ao Sul, representando diferentes ritmos, cores e tradições, a qual também teve a exaltação do Boi Garantido, que evoluiu em uma mistura de sucessos do bumbá. A alegoria ainda trouxe a porta-estandarte Jevenny Mendonça, em uma aparição saindo do ‘coração do Brasil’ e, também, a sinhazinha Valentina Coimbra, que surgiu brincando de boi no meio da alegoria.
A apresentação do Garantido contou com um momento de homenagens ao compositor Chico da Silva, com toadas escritas por ele que marcaram o Festival de Parintins, como a toada “Vermelho”, e ainda com a despedida do tripa Denildo Piçanã. A lenda apresentada na terceira noite foi “A Deusa das Águas”, inspirada em uma das toadas mais marcantes do Festival. A alegoria, assinada pelo artista Glemberg Castro e sua equipe, impressionou pela grandiosidade, movimento e uso de tecnologias cênicas. A Rainha do Folclore, Lívia Christina, surgiu no módulo central da alegoria, com uma evolução marcada por uma transformação em yara.
❤️GARANTIDO - 3º DIA❤️
— Mário Adolfo Filho (@marioadolfo) June 30, 2025
1. O Garantido entrou na terceira noite com a toada que muitos consideram ser o hit do festival: Perrechologia. Introdução muito bonita com a galera em coro sendo acompanhada apenas pela flautista gaúcha Stefania Johnson, descoberta nas redes sociais e… pic.twitter.com/zCqrgQX79H
A figura típica regional exaltou as artesãs indígenas, valorizando a mulher originária como guardiã da floresta. E destacou como suas criações artesanais são expressões de resistência cultural e preservação ambiental. A alegoria trouxe a aparição da cunhã-poranga Isabelle Nogueira, liderando uma celebração da força de mulheres indígenas, em mais uma noite marcada por transmutação na indumentária, se transformando em arara.
Um dos momentos mais aguardados da noite foi o “Ritual Bahsesé”, apresentado em uma alegoria assinada pelo artista Antônio Cansanção e equipe, que reuniu esculturas gigantes, com movimentos e a encenação do ritual indígena, que trouxe o pajé Adriano Paketá.
Um dos quatro pearas da Batucada, o mestre Francinaldo Pinheiro, 45, destacou que o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos quatro meses fortaleceu a confiança da equipe para a apresentação final na arena. “Estamos muito confiantes. Foram quatro meses de preparação intensa para chegar a esse momento decisivo, rumo ao título, junto com meus companheiros’’, destacou.
No meio da galera encarnada, a torcedora Carla Viegas, 58, revelou estar com o "coração a mil" diante da expectativa de uma possível vitória do Boi Garantido. Para ela, o bumbá vermelho e branco demonstrou toda a força de São José na busca pelo 33º título de sua história. "O coração está a mil, é uma expectativa enorme, uma espera que parece infinita. Estamos com sangue nos olhos, mais uma vez", declarou.
A apuração do 58º Festival de Parintins acontece nesta segunda-feira (30/06), a partir das 14h.








