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Garantido vive noite de homenagens, surpresas e despedidas

Com o tema "Boi do Povo, Boi do Povão", o bumbá encerrou a participação no Festival de Parintins, neste domingo (29/06)

Chcio da Silva abraçando o Garantido - Fotos: Secom

Parintins (AM) - Grandes  compositores de toadas nunca foram reconhecidos como deveriam. Emerson Maia e Chico da Silva, apenas dois entre os grandes, sempre reclamaram disso. Mas na terceira noite do 58º Festival Folclórico de Parintins, o bumbá Garantido corrigiu essa indiferença. Chico foi conduzido à arena pelo amo do boi, João Paulo  e além de receber a homenagem em versos recebeu  a maior aclamação do povo que um artista vivo poderia receber: a toada Vermelho foi cantada à  capela pela torcida encarnada.

A noite também foi de despedir-se. Um dos versos do amo  JP foi para expressar gratidão ao tripa do boi, Denilson Piçanã, que  está deixando o
Boi depois de uma longa carreira dando vida ao boi de pano . No final dos versos do amo Denilson entregou o cargo de tripa ao seu filho, Denison. Mas antes,, emocionado, beijou o coração vermelho da testa do boi .

A noite

O Boi Garantido encerrou a noite em busca do 33º título de sua história, o bumbá vermelho e branco levou à arena o espetáculo com a temática "Garantido, Boi do Brasil", parte do projeto artístico maior deste ano, intitulado "Boi do Povo, Boi do Povão".

A apresentação iniciou destacando a riqueza e diversidade cultural do país, em uma grande celebração folclórica que homenageou bois de todas as regiões do Brasil, do Norte ao Sul, representando diferentes ritmos, cores e tradições, a qual também teve a exaltação do Boi Garantido, que evoluiu em uma mistura de sucessos do bumbá.  A alegoria ainda trouxe a porta-estandarte Jevenny Mendonça, em uma aparição saindo do ‘coração do Brasil’ e, também, a sinhazinha Valentina Coimbra, que surgiu brincando de boi no meio da alegoria.

A figura típica regional exaltou as artesãs indígenas, valorizando a mulher originária como guardiã da floresta. E destacou como suas criações artesanais são expressões de resistência cultural e preservação ambiental. A alegoria trouxe a aparição da cunhã-poranga Isabelle Nogueira, liderando uma celebração da força de mulheres indígenas, em mais uma noite marcada por transmutação na indumentária, se transformando em arara.

Um dos momentos mais aguardados da noite foi o “Ritual Bahsesé”, apresentado em uma alegoria assinada pelo artista Antônio Cansanção e equipe, que reuniu esculturas gigantes, com movimentos e a encenação do ritual indígena, que trouxe o pajé Adriano Paketá.

Um dos quatro pearas da Batucada, o mestre Francinaldo Pinheiro, 45, destacou que o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos quatro meses fortaleceu a confiança da equipe para a apresentação final na arena. “Estamos muito confiantes. Foram quatro meses de preparação intensa para chegar a esse momento decisivo, rumo ao título, junto com meus companheiros’’, destacou.

No meio da galera encarnada, a torcedora Carla Viegas, 58, revelou estar com o "coração a mil" diante da expectativa de uma possível vitória do Boi Garantido. Para ela, o bumbá vermelho e branco demonstrou toda a força de São José na busca pelo 33º título de sua história. "O coração está a mil, é uma expectativa enorme, uma espera que parece infinita. Estamos com sangue nos olhos, mais uma vez", declarou.

A apuração do 58º Festival de Parintins acontece nesta segunda-feira (30/06), a partir das 14h.

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