Mulheres pesquisadoras têm se destacado com projetos inovadores na corrida contra o tempo para desenvolver pesquisas científicas voltadas ao combate à Covid-19. Para isso, contam com o incentivo do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Desde abril de 2020, mais de R$ 12 milhões foram investidos em pesquisas nesta finalidade. Além disso, a abertura de editais inéditos destinados às mulheres valoriza a presença feminina no ramo.
Um dos sonhos profissionais da pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), doutora Ayrles Mendonça, começou a ser concretizado por meio do Programa PCTI Emerge Saúde, da Fapeam. Ela elaborou a criação do “Respirador Semifacial Filtrante Reutilizável” e agora tem desenvolvido os primeiros passos do protótipo.
“Sem o apoio da Fapeam, por exemplo, eu não conseguiria executar essa pesquisa de respirador semifacial filtrante, até mesmo porque a gente demanda aquisição de equipamentos, de materiais, uma equipe bem estruturada. Então, o fomento à pesquisa é extremamente importante e está contribuindo muito no desenvolvimento do meu projeto”, enfatizou a pesquisadora.
Entre amostras coletadas e análises em laboratório, a doutora Priscila de Aquino também encontrou no investimento da Fapeam, a possibilidade de seguir em frente com a pesquisa denominada “Caracterização de Painel Proteico para a Classificação de Pacientes Infectados com SARS-CoV2 que evoluem ao óbito”. Cheia de orgulho da profissão, ela conta a sensação de ser mulher desenvolvedora de pesquisas.
“A sensação de ser uma mulher atuante no ramo das pesquisas é de felicidade, de você contribuir neste momento, ao mesmo tempo que é muito desafiador, dado o cenário que temos enfrentado com essa pandemia”, afirmou a cientista, segura de seu papel como mulher integrante da sociedade.
Mulheres protagonistas
A diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales explica que, com o objetivo de diminuir a desigualdade de gênero, a fundação está com dois editais inéditos abertos, que somam um investimento de mais de R$ 7 milhões e são voltados às mulheres, sendo um deles o programa “Amazônidas - Meninas e Mulheres na Ciência” e o outro o “Fapeam: Mulheres na Ciência”.
“O primeiro edital é voltado para o interior e o outro edital é para todo o estado, ele é mais amplo porque nós queremos que as mulheres sejam lideranças nesses processos, não só que elas participem, mas que elas liderem o processo”, pontuou Márcia Perales, que finaliza contando a própria experiência como presença feminina importante na inspiração de outras mulheres.
“Eu tenho uma trajetória de vida que tem muita relação com conquista de espaço. É um espaço que você conquista e não é com soberba, é com muito orgulho porque muitas mulheres se sentem representadas pela primeira vez. É um espaço ocupado por uma mulher. Com certeza, a gente trabalha aqui sempre para fazer o melhor. Eu digo que é preciso perseverar, é preciso acreditar”.