O Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM) realizou, na manhã de segunda-feira (08/03), uma cirurgia cardíaca em uma criança recém-nascida com anomalia rara no coração. O bebê, uma menina de 36 semanas de gestação, nasceu com ectopia cordis, uma má-formação congênita rara caracterizada pela localização do coração fora da cavidade torácica.
O atendimento à mãe e à recém-nascida envolveu cerca de 30 profissionais de saúde, entre obstetras, pediatras, cirurgiões cardíacos, anestesistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, conforme alinhamento entre o hospital e a maternidade Nazira Daou. O parto e o procedimento cirúrgico na recém-nascida aconteceram no centro cirúrgico do Hospital Francisca Mendes.
Desde o início da gravidez, mãe e bebê foram acompanhados pela equipe do ambulatório de alto risco da maternidade Nazira Daou e pela equipe de cardiopediatria do Hospital Francisca Mendes. As unidades funcionam num mesmo complexo hospitalar no bairro Cidade Nova, zona norte.
“A maternidade dispõe de pré-natal de alto risco, onde essa paciente fazia acompanhamento, e tão logo foi detectado a anomalia cardíaca do feto, ela foi direcionada para a cardiopediatria do Francisca Mendes. Posteriormente, as equipes médicas das unidades se reuniram para estudo do caso e definição da logística necessária para a realização dos procedimentos”.
Após o parto, a bebê passou por um procedimento para implantação de uma membrana de proteção em torno do coração, com a finalidade de evitar infecções, principal fator de risco para a vida de bebês que nascem com cardiopatia.
“Logo que essa criança nasceu, ela foi levada para uma outra sala de cirurgia para a realização do procedimento. Por ser uma doença muito rara e desafiadora para a medicina, nesse primeiro procedimento cirúrgico nós usamos uma membrana para recobrir o coração e outros órgãos para evitar contágios, e assim fazer o processo de avaliação para programar as novas fases do tratamento”, declarou o cirurgião cardíaco, Fausto Pina.
Acompanhamento
“Estamos estabilizando esse bebê que já passou por um procedimento e agora vai passar por uma série de exames. Vamos fazer angiotomografia para que a gente possa conhecer a parte pulmonar, a parte abdominal, para fechar o processo e decidir com a equipe multiprofissional os próximos passos de intervenção cardíaca”, destaca a cardiologista pediátrica, Suely Telles.
A médica destaca ainda que o fato do processo de parto e primeiro atendimento da recém-nascida terem acontecido no mesmo hospital, foi de fundamental importância para a tomada de decisão quanto aos próximos passos do tratamento.
“Ela vai passar por novos exames para que possamos saber quais são os outros defeitos no coração, e em 48 horas já vamos ter a decisão de qual caminho seguir em relação ao futuro dessa criança”.