Após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) afirmou nesta quinta-feira (10/7) que a medida deve ter impacto mínimo sobre as exportações do Polo Industrial de Manaus (PIM).
“O nosso posicionamento é o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já em nota deixou muito claro a posição do governo brasileiro com relação a essa medida. Do ponto de vista das exportações do polo industrial de Manaus, esse volume é quase que insignificante para o seu faturamento, o faturamento que temos divulgado regularmente nos últimos tempos. Evidentemente que a cautela e a prudência nesse momento deve ser o norte do nosso comportamento”, afirmou o superintendente Bosco Saraiva.
Apesar da dimensão política da medida, a Suframa minimizou o impacto direto sobre o PIM, que tem foco maior no mercado interno e exportações concentradas em outros países. “Do ponto de vista das exportações do Polo Industrial de Manaus, o volume é quase que insignificante para o faturamento que temos divulgado”, declarou.
Segundo dados da Suframa, entre janeiro e abril deste ano, o PIM exportou US$ 199,35 milhões, uma redução de 13,86% em relação ao mesmo período de 2024, quando o montante foi de US$ 231,42 milhões.
Além de minimizar os efeitos diretos da tarifa sobre o PIM, Saraiva
destacou a importância de manter vigilância e atuação coordenada com o governo federal. Saraiva também demonstra confiança na capacidade de negociação do governo brasileiro.
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Entenda o tarifaço
Trump anunciou nesta quarta-feira (09/08) a imposição de tarifa de 50% a todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, a partir de 1º de agosto. Na carta, o presidente americano justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Trump destacou ainda ordens emitidas pela Corte contra apoiadores de Bolsonaro que mantêm residência nos Estados Unidos.
Em resposta, Lula afirmou que o tarifaço será respondido com a Lei de Reciprocidade Econômica. Também via redes sociais, o presidente defendeu a soberania brasileira e disse que é falsa a alegação de Trump de que a taxação seria aplicada em razão de déficit na balança comercial com o Brasil.
“Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de reciprocidade econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”, afirmou Lula.