Na manhã desta terça-feira (21), o magistrado Eduardo Navarro, do Tribunal de Barcelona, decidiu manter o jogador Daniel Alves na prisão preventiva e sem fiança. O jogador é acusado de agressão sexual contra uma jovem de 23 anos, em dezembro de 2022.
Segundo o jornal La Vanguardia, a possibilidade de Alves pressionar a vítima, ameaçá-la ou oferecer dinheiro em troca do silêncio dela motiva a necessidade de manter o jogador no cárcere. Além disso, há indícios de que ele poderia fugir para o Brasil caso fosse libertado.
Na segunda-feira (20), Daniel Alves completou um mês na prisão. De acordo com o diário catalão ARA, o lateral se colocou como vítima no último depoimento antes da detenção na Espanha. A publicação informa que o atleta contou que a jovem que o acusa praticou sexo oral nele sem consentimento. Ele, porém, diz que não agiu para impedi-la.
Em meio às mudanças de versões, Daniel Alves ainda afirmou que teve de alterar os depoimentos para "proteger" a mulher que o acusa.
Entenda o caso
Daniel Alves teve prisão decretada no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher. O Ministério Público da Espanha pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, no dia 30 de dezembro. O atleta, que defendeu a Seleção na Copa do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico.
No início de janeiro, Alves deu entrevista ao programa "Y Ahora Sonsoles", da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma casa noturna que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia. Depois, ele confirmou houve relação sexual com ela, mas garantiu que foi consensual.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral foi determinante para o Ministério Público pedir a prisão e a juíza aceitar. Poucos dias depois da prisão, o Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube havia sido rompido por justa causa.