Ainda não é oficial, mas a baialarina Marcela Lobo evolui para ser o novo item 7 do Boi Garantido. Ela estreou como sinhazinha da fazenda no Pré-Réveillon vermelho e branco, na Cidade Garantido, em Parintins, no sábado, 27/12. Por enquanto foi apenas um convite para o evento, entretanto, nos bastidores já se comenta que Marcela deve assumir, de fato, a vaga deixada por Valentina Coimbra, que decidiu deixar o festival para tocar outros projetos.
Em entrevista ao marioadolfo.com, Marcela descreveu a estreia como um impacto emocional profundo diante da dimensão do boi e da torcida. “A primeira impressão que fica é a grandiosidade do boi e da galera”, afirmou. “Eu estava muito emocionada e muito feliz pela oportunidade que estava tendo", disse.
Ciente do peso simbólico do item e do legado recente, a bailarina destacou o respeito ao nível técnico e artístico deixado por Valentina, além da exigência da galera vermelha e branca.
“Sempre soube do nível que a Valentina deixou o item e do quanto a galera é apaixonada e criteriosa dentro do que cada um entende como critérios válidos”, disse Marcela Lobo
Durante todo o processo, segundo Marcela, a orientação foi clara: aproveitar o momento. “O que mais ouvi durante todo esse período foi para eu me divertir, e foi exatamente o que tentei fazer o máximo que pude.” Ela explica que conseguiu construir uma coreografia própria e que esse é, para ela, o principal termômetro de uma boa apresentação ao longo de sua trajetória como bailarina.





Ainda assim, a artista reconhece que o boi vai além da técnica. Torcedora do Garantido, Marcela afirma que se permitiu viver o momento com liberdade e escuta. “Eu sei que o boi é muito mais do que isso. Por isso, também me permiti apenas aproveitar e improvisar de acordo com o que acontecia.” Sem a pressão da perfeição, ela entende a arena como processo. “Nunca tive a expectativa de ser perfeita. Tenho a consciência muito tranquila de que uma boa apresentação é uma construção", assinalou.
Aprendizado
A estreia no Pré-Réveillon também serviu como imersão no funcionamento interno do boi e no contato direto com a torcida. “Fiquei feliz por essa oportunidade ter vindo em uma festa na qual pude conhecer muito mais sobre como o boi funciona e estar mais próxima da galera, ocupando esse lugar de item”, relatou.
Marcela encerrou a entrevista com a perspectiva de continuidade e amadurecimento artístico — uma fala que dialoga com o momento de transição vivido pelo Garantido no item 7. “Espero que outras oportunidades surjam para que, cada vez mais, eu possa mostrar a contribuição que posso dar: a de uma artista que se dedica, que sabe ouvir e que quer sempre fazer um trabalho ainda melhor", finalizou.
Por ora, a estreia fica registrada como convite. Mas, nos bastidores, o sinal é claro: o processo começou. "Caso a Coimbra não volte mesmo, tudo indica que será ela", revela fonte do marioadolfo.com no Garantido.
E então, o que acharam? pic.twitter.com/yZNDo1HCH5
— Manuh, Guardiã das Encantarias (@manuhsoz) December 28, 2025
O vestido da estreia: vermelho como narrativa
A força visual da estreia de Marcela Lobo como sinhazinha convidada do Boi Garantido passou, necessariamente, pelo figurino. O vestido apresentado na noite foi concebido pela artista e figurinista Djane Senna, em uma criação pensada como símbolo, memória e recomeço.
Segundo Djane, a ideia inicial do Garantido era reutilizar o figurino da terceira noite de 2023, conhecido como “A Sinhazinha Vermelha”, pensado para um evento pontual que acabou sendo adiado. Com a definição do Pré-Réveillon como novo palco, veio a decisão de criar algo novo.
“Eu quis fazer algo novo”, resume a figurinista.
O figurino apresentado, batizado de “Encantaria Rubra”, nasce como uma releitura de Alita, criação anterior de Djane para Valentina Coimbra, usada no Planeta Boi. A escolha pelo vermelho não foi apenas estética: é conceitual. Trata-se do vermelho que sustenta o Garantido, que conecta território, ancestralidade e pertencimento.
O vestido marca também a primeira criação de Djane Senna para o Garantido após um período afastada, o que confere à peça um caráter de retorno simbólico. “Apostamos no vermelho que tanto amamos”, explica a artista, reforçando o vínculo afetivo com o boi e com a história construída na arena.
Mais do que figurino, o vestido funcionou como narrativa visual da noite: um encontro entre passado e futuro, tradição e renovação, exatamente o lugar que Marcela Lobo passou a ocupar ao pisar na arena como sinhazinha convidada. Em breve como item oficial.

