O Blog inicia a partir de hoje uma série de entrevistas com os candidatos ao governo do Estado nas eleições suplementares de agosto. O primeiro é o vereador Marcelo Serafim, 40 anois, candidato do PSB que, com um mandato de deputado federal e dois de vereador, se acha credenciado para administrar o Amazonas. Marcelo foi criando dentro da política, observando seu pai, o ex-prefeito e hoje deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), que milita na vida pública há 40 anos. “Não tenho dúvidas que a terceira via chegará ao segundo turno. O povo não aguenta mais essa disputa entre dois eternos candidatos que não representam o sentimento do Amazonense”, alfineta Marcelo.
Leia a entrevista:
Blog do Mário Adolfo – O que garante que o senhor está preparado para governar o Amazonas?
Marcelo Serafim, candidato do PSB ao governo do Estado – Dediquei minha vida aos estudos e a política. Foi dessa forma que me formei pela Universidade Federal do Amazonas como farmacêutico e depois me tornei mestre dentro da área de saúde pela Fiocruz, que é uma das instituições mais respeitadas do Brasil. Passei em todos os concursos que prestei e hoje atuo como farmacêutico da SEMSA na UBS Morro da Liberdade, onde convivo diretamente com dois dos maiores problemas do Estado ,que são a saúde e a segurança pública.
Além disso, a política me deu a honra e a oportunidade de como Deputado Federal pelo meu Estado percorrer todos os municípios do Amazonas. Essa convivência direta com a população que tenho graças à política e a minha vivência dentro de uma UBS me mostram sempre os melhores caminhos para trilhar na vida pública. Ficar perto do povo nesses momentos me credencia a ser governador do meu Estado e a mudar a forma de fazer política no Amazonas.
BMA – O senhor tem um mandato de deputado federal e dois de vereador. Isto acumula experiência necessária para governar o Estado?
Marcelo Serafim – Com certeza. Ser vereador é uma das maiores honras que um homem público pode ter pelo fato de ser o cargo que mais te aproxima da população. Além disso, o mandato de Deputado Federal me fez conhecer todo o Estado de forma profunda e consistente. Conheço a capital e o interior inteiro e isso me deixa em condições favoráveis nessa disputa.
BMA – Como avalia o quadro de candidatos que traz de volta os mesmos nomes que há 35 anos se alternam no poder?
Marcelo Serafim – Braga e Amazonino representam o retrocesso e tudo que a população condena na política. Uma pessoa que se orgulha da pecha do homem que “Rouba, mas faz” não serve para representar nosso estado nesse momento em que vivemos a maior crise moral de nossa história. Braga está denunciado em várias delações da Operação Lava-Jato. Creio que o melhor caminho para ele seria o de não ser candidato e primeiro se explicar de forma clara para a sociedade. Deveria seguir o conselho do seu candidato a vice que o condenava, criticava e agora está ajoelhado no milho junto com ele.
BMA – O seu pai, o Deputado Serafim Correa, não teria mais visibilidade política e experiência para disputar o governo? Por que não ele?
Marcelo Serafim – Ele deu uma enorme contribuição para a vida pública desse estado. É respeitado e contra ele não pesam denúncias de corrupção. A conduta dele orgulha a todos nós, no entanto, ele entende que vivemos um momento de transição na política e que a função dele nesse momento era de realizar essa transição de gerações e não de disputar mais uma eleição majoritária.
BMA – O senhor se considera uma terceira via nas eleições suplementares?
Marcelo Serafim – Com certeza. Não tenho dúvidas que a terceira via chegará ao segundo turno. O povo não aguenta mais essa disputa entre duas pessoas que não representam o sentimento do Amazonense. Nesse momento o candidato que conseguir despertar a esperança no coração do povo certamente chegará ao segundo turno. Essa eleição me lembra muito a de 1996, quando tínhamos Nonato Oliveira e Gilberto Mestrinho liderando as pesquisa com cerca de 40% das intenções de votos e surgiram duas novas lideranças que foram o Alfredo e o Serafim saindo de 1% para a disputa do segundo turno.
BMA – A ameaça da Lava-Jato que paira sobre a cabeça de alguns candidatos ou apoiadores, pode mudar o rumo da eleição
Marcelo Serafim – Com certeza. Muito difícil que a Lava-Jato não influencie a cabeça do eleitor. Não dá para reclamar da política e votar no Braga e Amazonino.
BMA – Se eleito, quais as prioridades de se projeto de governo?
Marcelo Serafim – As prioridades serão: Fazer funcionar a saúde, educação e segurança. Nesse ponto não precisamos fazer grandes obras e sim fazer funcionar através de uma mão de obra bem qualificada, tendo em vista que nessas áreas o recurso humano é o principal vetor de qualidade.
Em Manaus trabalharemos forte em projetos de mobilidade urbana para retirar Manaus do caos urbano que o atual prefeito colocou. No interior trabalharemos de forma intensa o desenvolvimento efetivo do setor primário do nosso estado além de incentivarmos através da UEA e CETAM o oferecimento de cursos que privilegiem o desenvolvimento sustentável do interior. Outra coisa que iremos priorizar é um sistema de estágio e bolsas de estudos para os jovens interioranos que tenham que se deslocar de suas cidades para estudarem em Manaus.
BMA – De onde virá o dinheiro para financiar sua campanha, e quanto pretende gastar?
Marcelo Serafim – Estamos buscando os recursos do fundo partidário para isso, mas nada fechado em termo de valores. Faremos uma campanha enxuta, responsável e pé no chão. Nesse momento creio que as campanhas mais modestas encantarão mais o eleitor. Quem esbanja muito vai ter que dizer de onde está vindo o recurso. Sempre fizemos campanhas mais simples e estamos acostumados com essa fórmula.
“O povo não aguenta mais a disputa
entre dois eternos candidatos” (Marcelo Serafim)