Ir para o conteúdo

Municípios do AM estão entre os mais violentos da Amazônia Legal, aponta estudo

Levantamento mostrou que facções criminosas têm ampliado seu controle e intensificado a violência em Coari, Iranduba e Tabatinga

Segundo o estudo, cada município é utilizado de maneira estratégica pelas facções - Foto: Reprodução

Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (19/11) mostra que os municípios de Coari, Tabatinga, Iranduba e Rio Preto da Eva, todos no Amazonas, estão entre os que registram maiores índices de violência na Amazônia Legal.

De acordo com o relatório "Cartografias da Violência na Amazônia", essas cidades têm apresentado taxas elevadas de homicídios e outras mortes violentas, influenciadas pela presença e atuação de facções criminosas.

Segundo o estudo, cada município é utilizado de maneira estratégica pelas facções, seja como rota para o tráfico de drogas ou como área de disputa territorial.

Em Coari, por exemplo, a localização no rio Solimões tem sido explorada para o escoamento de drogas provenientes do Peru e da Colômbia. A cidade enfrenta, nos últimos anos, um aumento consistente nos indicadores de violência associados ao tráfico.

Já Tabatinga, na tríplice fronteira, mantém a posição de principal ponto de entrada de carregamentos de drogas vindos dos países vizinhos. A condição fronteiriça amplia a vulnerabilidade do município à atuação de grupos criminosos.

Na região metropolitana de Manaus, Iranduba tem registrado conflitos recorrentes entre facções, que disputam áreas de influência e, segundo o relatório, ampliam o recrutamento de jovens em comunidades periféricas, com forte atuação do Comando Vermelho.

Já Rio Preto da Eva apresenta crescimento significativo de ocorrências relacionadas ao tráfico e à disputa entre
o PCC e CV ao longo de 2024.

Especialistas consultados apontam que a expansão do crime organizado na Amazônia se beneficia de fatores como a geografia extensa e de difícil fiscalização, a baixa presença do Estado e a vulnerabilidade social. Além do tráfico de drogas, a região também é impactada por atividades ilegais como garimpo, grilagem e desmatamento.

O cenário reforça a necessidade de ações coordenadas entre os governos federal, estadual e municipal, além de cooperação internacional, para conter o avanço das facções e fortalecer a proteção às populações locais.

Publicidade BEMOL
Publicidade TCE
Publicidade ATEM
Publicidade Parintins
Publicidade UEA

Mais Recentes