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Músicos do Amazonas reagem com indignação ao projeto de lei de Débora Menezes, que tenta calar vozes artísticas

Proposta da deputada Débora Menezes (PL) foi massacrada nas redes sociais, inclusive em sua própria página, e ganhou repercussão nacional

sindicato alerta que o projeto não só ameaça a democracia, como “busca silenciar vozes críticas"

O Projeto de Lei da deputada estadual Débora Menezes (PL), que pretende punir com até cinco anos sem contratação artistas que façam manifestações político-partidárias em eventos custeados pelo Estado do Amazonas, gerou uma onda de repúdio imediato. O Sindicato dos Músicos Profissionais do Amazonas (SINDMAM) divulgou uma nota oficial duríssima classificando a proposta como “inaceitável tentativa de censura e perseguição ideológica”.

Na manifestação, o SINDMAM lembra que a Constituição Federal de 1988 garante, nos artigos 5º e 220, o direito fundamental à liberdade de expressão e à manifestação artística, cultural e intelectual. O sindicato alerta que o projeto não só ameaça a democracia, como “busca silenciar vozes críticas, criminalizando a arte e impedindo que músicos e artistas exerçam seu papel histórico de reflexão e questionamento social”.

O documento também destaca a identidade política da música amazônica, desde o Festival Folclórico de Parintins até outras manifestações tradicionais. “Tentar proibir a expressão política na música é negar a essência da nossa própria cultura”, diz o texto.

A nota cita ainda as toadas dos bois Garantido e Caprichoso, que sempre exaltaram resistência, identidade e luta coletiva, reforçando que a música amazônica é inseparável da luta social e política.

Redes sociais em chamas: “trucidada” por críticas

O efeito foi imediato. As postagens da deputada sobre o projeto foram inundadas de críticas pesadas, muitas delas apontando autoritarismo, desconhecimento jurídico e desprezo pela cultura popular. Nos comentários de sua própria página no Instagram, seguidores a acusaram de querer “censurar e calar artistas”, lembrando que a proposta viola direitos constitucionais e tratados internacionais de direitos humanos.
Vários perfis com grande alcance nacional reproduziram trechos da lei e da nota do sindicato, ampliando a indignação. O caso ganhou repercussão nacional e virou assunto quente em grupos de artistas, advogados e parlamentares.

Leia aqui os comentários sobre o projeto da deputada

Próximos passos e pressão pública

O projeto aguarda análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa do Amazonas. Mas, diante do massivo repúdio social e jurídico, cresce a avaliação de que a proposta nasce fadada a ser derrubada.

Enquanto isso, o SINDMAM reafirmou seu compromisso em defender a classe artística e resistir a qualquer retrocesso autoritário. Em suas palavras:

“Não aceitaremos que a música e a cultura do Amazonas sejam caladas. Nossa arte é voz de luta, identidade e liberdade”.
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