Parintins - O boi-bumbá Caprichoso fez tremer o chão da arena do Bumbódromo em sua segunda noite de apresentação. Mais uma vez, o ponto alto foi a ousadia, ao transportar em guindaste itens para o centro do espetáculo. Isso colocou por terra a notícia que circulou por Parintins de que a Justiça, por orientação do Corpo de Bombeiros, havia proibido o uso desse equipamento.
Tingindo as arquibancadas e camarotes do seu lado de azul e prata, o levantador de todas, Patrick Araújo, entrou cantando a toada “É Festa de Novo”, cujo refrão incendeia galera:
“Vai tremer o chão/E a arquibancada/Na pressão dessa toada/Sacode o mundo/Vai tremer o chão/Fazer poeira/Levantar a noite inteira/Caprichoso campeão”
Para não perder o pique da entrada, Patrick e a Marujada de Guerra engatam logo em seguida “Mallu Dudu (boi preto)”, a toada que grudou como chiclete na boca do povo.
No “Flamejar da Cultura Popular”, o Caprichoso levou para a arena temas da “criança que nasce dentro de nós”.
No item Figura Típica Regional, o bumbá contou sobre o ofício do pescador da Amazônia, quadro apresentado por ribeirinhos preparando o pescado, ofício que passa de pai para filho. Tudo isso sob o som que até lembrou as músicas dos beiradões do Amazonas. O peixe de verdade foi comido com farinha pelos figurantes e até o apresentador Edmundo Oran provou.
Em Lendas Amazônicas, o boi resgatou a resistência de Chico Patuá, um heroi do povo que enfrentou as milícias legalistas durante a Cabanagem, o maior levante popular da Amazônia.
Mas nem tudo foi poesia e festa. Nesta segunda noite, o amo do boi Prince deu o troco no amo do Garantido, João Paulo, que na primeira noite levou para arena membros da família Gonzaga - fundadores do Caprichoso - que teria sido excluída do boi. Esse duelo deve ir mais longe porque, com certeza, o amo do Garantido não vai deixar por menos.
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