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‘Não podemos permitir o extermínio da cultura indígena’, defende Arthur

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, oficializou representação contra o governo brasileiro, na pessoa do presidente Jair Bolsonaro, junto a entidades internacionais e nacionais, pedindo providências urgentes para evitar a dizimação dos indígenas brasileiros pela pandemia da Covid-19.

As representações foram feitas ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luiz Almagro; ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Guterres; ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz; e ao presidente da Corte Internacional de Justiça, Ronny Abraham. As correspondências enviadas pelo prefeito evidenciam o avanço do novo coronavírus nas populações indígenas, principalmente do Amazonas, e a falta de medidas, por parte do governo federal, que assegurem aos indígenas o acesso aos meios de tratamento e cura da doença.

“A Covid-19 ameaça a saúde dos nossos ancestrais, adoecendo e matando um povo vulnerável e imensamente suscetível à força e às consequências dessa grave pandemia, uma vez que são desprovidos de estruturas mínimas que assegurem o diagnóstico precoce e o tratamento”, alerta Virgílio, que tem se posicionado de forma veemente em favor da população de Manaus, do Amazonas e, especialmente, dos povos tradicionais que habitam a Floresta Amazônica.

O mapeamento do Instituto Socioambiental (ISA) releva que o Amazonas registra 693 casos de Covid-19 entre indígenas, dos quais 40 foram a óbito. Do total de confirmados, cem vivem nas comunidades indígenas de Manaus, registrando três óbitos. Os dados foram atualizados nesta quinta-feira, 4/6, e estão disponíveis no site https://covid19.socioambiental.org/. Por outro lado, segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde (MS), que monitora os indígenas aldeados do Amazonas, o Estado possui 626 confirmados e 34 óbitos entre essa população.

“Não podemos, calados e passivos, presenciar e permitir o extermínio da cultura indígena, por isso venho clamar pela intervenção, em favor da saúde e da sobrevivência das comunidades indígenas milenares do meu país”, apela o prefeito Arthur Virgílio às autoridades. “Faço deste documento uma representação em desfavor do presidente da República Federativa do Brasil, senhor Jair Messias Bolsonaro, em face de suas seguidas omissões e descasos no enfrentamento à Covid-19. E, em razão de suas ações, não raro, equivocadas e prejudiciais aos brasileiros em geral e, especialmente às etnias indígenas de cerca de 10 mil anos de história”, finaliza.

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