O youtuber Felipe Bressanim Pereira, o Felca, falou no programa "Altas Horas", exibido neste sábado (17/8), sobre a denúncia de exploração sexual e a adultização de crianças e adolescentes em conteúdos digitais que viralizou e escancarou crimes envolvendo menores nas redes sociais.
A repercussão do caso mobilizou milhões e o vídeo, que já soma mais de 44 milhões de visualizações, resultou na prisão do influenciador Hytalo Santos na última sexta-feira (15).
Um exemplo citado no vídeo é o da adolescente Kamyla (ou Kamylinha), que aparece em vídeos com Hytalo desde os 12 anos. Hoje com 17 anos, segundo Felca, ela foi “adultizada”, com danças e cenários envolvendo bebidas alcoólicas, criados para atrair público adulto.
"Essas contas de perfis de crianças estão sendo utilizadas para promover trocas de pornografia infantil. Isso é muito sério. É um assunto muito delicado, aversivo de ser falado, que causa repulsa, mas tem que ser falado. Infelizmente, é um assunto que acontece em pequena e em grande escala, de forma menos ou mais problemática. Acontece desde uma exposição, desde uma adultização, crianças se portando como adultos, até crianças sendo sexualizadas de fato. É doentio".
Durante a conversa, Felca foi direto quanto ao acesso e produção de conteúdo por menores na web: “Criança não deve produzir conteúdo na internet. Internet é um ambiente para adultos [...] A exposição não é algo fácil de lidar, vem com críticas, às vezes com um assédio e criança não está preparada para receber qualquer tipo dessas coisas".
Ele também criticou a falta de controle no acesso às redes e falou sobre a importância da supervisão dos pais quanto ao que o filhos consomem na internet. Felca foi radical e disse ainda que se não há controle por parte dos responsáveis, a opção é o bloqueio da criança ou adolescente às redes.
"Se você enquanto pai tiver a capacidade de supervisionar o seu filho com 10, 11, 12 anos, ele pode consumir de forma moderada, na minha opinião. Mas se você não tem a capacidade, se você não consegue ser um pai presente, se você trabalha muito, às vezes tem muitas ocupações e tudo mais, na minha opinião, bloqueio", enfatizou.
O youtuber reforçou que o objetivo do vídeo não é autopromoção, mas é dar visibilidade à causa. Ele disse ainda que a repercussão do caso incomodou muita gente, sobretudo criminosos.
"Existem também alguns pedófilos que se incomodaram pessoalmente por eu estar tentando quebrar o esquema de pedofilia deles. Esses pedófilos vão se sentir atacados pessoalmente e vão bater de frente. Mas, sinceramente, quem tem que ter medo são eles, não uma pessoa que está denunciando", finalizou.
Ainda durante a sua participação, Felca celebrou o alcance do vídeo e revelou que segue recebendo inúmeras fotos das pessoas conferindo o vídeo — e que se impressionou, já que ele é longo e na horizontal, formato o qual as pessoas não estariam tão acostumadas.