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No dia Mundial do Meio Ambiente, Festival LABVERDE encerra a edição ‘O Amanhã é Agora’


Com o tema O Amanhã é Agora, a segunda edição do Festival LABVERDE une arte, natureza, ciência e saberes ancestrais produzidos na (e a partir da) Amazônia, está no ar desde o dia 2 de junho. A programação se encerra neste sábado, 5 junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

Para celebrar a data, o público poderá conferir virtualmente a exposição coletiva Ver o Tempo, que nos convida a refletir através de imagens sobre novas possibilidades para a Amazônia, com um importante trabalho de documentação feito ao longo dos últimos anos pelos fotógrafos Alberto César Araújo, Bruno Kelly, Marcela Bonfim, Paula Sampaio e Rogério Assis, que assina a curadoria, ao lado de Lilian Fraiji; a conversa ‘Sonhos Coletivos e a Expansão do Amanhã’ entre o pesquisador e professor do INPA, Charles Clement e a jornalista ambiental Paulina Chamorro, mediada pela bióloga Flavia Delgado Santana; e o show de encerramento com as cantoras amazonenses Anne Jezini e Djuena Tikuna.

As apresentações são transmitidas pelo Youtube do Festival (https://bit.ly/3yvs97C ), que mantém hospedado todo o conteúdo exposto nos primeiros dias de programação, para quem quiser conferir.

Pandemia, desmatamento, genocídio indígena, redução das áreas de proteção ecológicas na Amazônia. Talvez este seja o tempo mais oportuno para abrirmos as janelas do conhecimento e vislumbrar novos horizontes para além da monocultura das mentes. Nesta edição, uma fina linha entre passado e futuro conectou os trabalhos artísticos selecionados para integrar o Festival. Colagens para retratar o genocídio indígena diante de doenças e epidemias. Um vídeo em homenagem à árvore mais antiga da Amazônia e seu lento processo de extinção. Uma dança ao ar livre, para refletir sobre a destruição. Ilustrações mostram o que uma espécie de formiga tem a ensinar sobre a interdependência homem-floresta.

A curadoria é assinada pela curadora de arte, especialista em políticas culturais e idealizadora do festival Lilian Fraiji. De acordo com Lilian, a proposta do evento é fazer um passeio entre a memória, o presente, o que se pode prever para um futuro próximo, e o que se deseja ver e ter no horizonte longínquo da floresta. “A situação de pandemia, a disputa de terra, a opressão dos povos indígenas e as queimadas que castigam a natureza e afetam o país econômica e politicamente, tornam ainda mais urgente a tarefa de imaginar o futuro e propor caminhos para as diversidades humana e não humana da Amazônia.”, avalia Lilian.

PROGRAMAÇÂO:
Festival LABVERDE: https://www.labverdefestival.com/

Programa LABVERDE: https://pt.labverde.com/

Instagram: https://www.instagram.com/labverde/

Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCuh-6niPmWD5c72wYdGr7ag/featured

05/06 (SÁBADO)

19h - Ver o Tempo (com perfil de cada fotógrafo)

Fotógrafos: Alberto César Araújo, Bruno Kelly, Marcela Bonfim, Paula Sampaio e Rogério Assis.

Curadoria: Lilian Fraiji e Rogério Assis

“A exposição tem a proposta de discutir uma visão sobre a região a partir de relevantes trabalhos de documentação desenvolvidos ao longo de alguns anos. Fazemos uma reflexão de um futuro próximo para a Amazônia que, infelizmente, não é nada animador”, comenta o fotógrafo Rogério Assis.

  • Projetar novas camadas para reconstruir a paisagem do paraíso verde, expondo realidades distópicas. Alberto César @olhajalbertocesar é repórter fotográfico profissional desde 1991, trabalhou para os principais veículos de imprensa nacional e internacional como fotógrafo freelancer. A Amazônia, sua gente e a relação entre o urbano e a floresta fazem parte de suas críticas e análises em forma de imagem.
  • No lugar das ideias, a fotógrafa Marcela Bonfim @bonfim_marcela deu espaço a imagens de uma Amazônia afastada das mentes sudestinas, mas latentes ao lugar e às inúmeras potências antes desconhecidas a seu próprio corpo recém enegrecido.
  • Paula Sampaio @paulasampaio564 desenvolve desde 1990 projetos de documentação fotográfica sobre o cotidiano de trabalhadores, em sua maioria migrantes, que vivem às margens dos grandes projetos de exploração e em estradas na Amazônia, principalmente nas rodovias Belém-Brasília e Transamazônica. Em seu percurso também recolhe sonhos e histórias de vida das pessoas com as quais se encontra nesses caminhos. Ela faz parte do time de fotógrafos que nos traz imagens que imprimem o impacto do homem sobre a natureza e do homem sobre o homem.
  • “As pessoas e histórias que documentamos hoje mudarão a maneira como vivemos amanhã.” Bruno Kelly @brunokelly_photo é um fotógrafo independente baseado em Manaus, o que lhe deu a chance de fotografar a natureza da região e documentar o efeito do homem no ecossistema. Ele é um dos membros do coletivo de fotógrafos que estão nos ajudando a pensar a realidade Amazônica e seu processo de subjetivação e transformação.

19h30 - Sonhos Coletivos e a Expansão do Amanhã (com o perfil de cada participante)

Palestrantes: Charles Clement e Paulina Chamorro

Mediação: Flávia Delgado Santana

20h30 - Show de encerramento (perfil e foto de cada uma)

Artistas: Anne Jezini e Djuena Tikuna

Sobre Lilian Fraiji

À frente do projeto, Lilian Fraiji tem uma relação peculiar com a floresta. Cresceu em Manaus, em contato próximo com a natureza, mergulhando no rio, e internalizando os saberes dos povos originários, ao mesmo tempo que recebeu influências da cultura contemporânea. Lilian é especialista em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade de Barcelona e Mestre em Curadoria e Práticas Culturais pela Universidade Ramon Llull, na Espanha. Foi curadora de exposições de arte envolvendo temas relacionados à ecologia, incluindo “Paisagens Invisíveis” (Galeria Stand4 NYC), “Como falar com as árvores” (Galeria Z42-RJ) e “Irreversível”(Paiol da Cultura Manaus).

Sobre o LABVERDE - Arte, Natureza e Ciência são objeto de estudo dos participantes do programa, que embarcam em uma imersão em reservas ambientais dentro da maior biodiversidade do mundo: a Amazônia. O LABVERDE é um convite à desconstrução, ao auto-desconhecimento na busca por um novo entendimento, um novo pensar de mundo a partir de uma vivência profunda dentro da floresta.

O ano era 2013 e ali começava o retorno da curadora de arte e especialista em políticas culturais Lilian Fraiji para sua casa, para a sua infância, num reencontro com aquele que havia sido o quintal onde se formou entre rios, árvores milenares, seres minúsculos, cobras e pássaros. Foi a partir de um edital da FUNARTE que Lilian desenhou o Labverde - Projeto de Imersão Artística na Amazônia, unindo a sua paixão pela arte e o seu desejo de adentrar o mundo da Ecologia e Ciência. O programa surgiu como uma rede multidisciplinar para desenvolver o pensamento crítico sobre a natureza e a ecologia, a partir da experimentação de linguagens, onde a floresta é o grande laboratório vivo para a pesquisa de artistas, cientistas, ativistas da natureza e outros agentes do conhecimento.

Com um programa desenvolvido em colaboração com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a idealizadora conta também com uma rede de profissionais de áreas diversas – arquitetura e urbanismo, biologia, botânica, ecologia e música – para a elaboração das jornadas, que visam oferecer aos participantes diferentes perspectivas da Floresta Amazônica entre expedições, rodas de conversas e intervenções artísticas.

Em 2015, depois de Lilian Fraiji receber o convite para apresentar o Labverde entre quinze curadores de arte, em Nova Iorque, despertou o interesse de um público estrangeiro, cada vez mais curioso sobre a Amazônia para além do imaginário amplamente divulgado até então. Internacionaliza o programa e passa a receber o apoio de instituições parceiras como a UAL (University of the Arts London), GALA e Pro Helvetia (Swiss Art Council), além das brasileiras Serrapilheira e Arte Laguna. Desde a sua criação, o Labverde já recebeu cerca de 110 artistas de diversos países.

“O programa acabou se tornando uma referência em Ecologia no mundo. Muitas pessoas vêm nos procurar e estamos pautando essa discussão aqui dentro no Brasil. A Amazônia sempre foi marginal e eu me nego a aceitar isso. Acho que estamos no centro do mundo. Se toda essa discussão em torno do meio ambiente está acontecendo, nós é quem temos condições de dizer qual é o novo modelo possível de viver. Estamos pautando cultura, conhecimentos sobre Ecologia e Meio Ambiente”, diz Lilian.

“Dimensões diferentes do conhecimento, que se dão a partir de uma observação atenta sobre o funcionamento da floresta, sobre como essa biodiversidade se mantém e se fomenta, da relação com o ambiente natural e com os não humanos, da intuição que vai se revelando a partir da observação. Entender a coexistência como parte importante do processo poético e de pesquisa de  linguagem. É isso o que tentamos transmitir no Labverde", completa a curadora.

Natureza é Cultura, e de uma convivência íntima com ela descobre-se um outro tempo. A natureza humana e não humana em plena conexão. A floresta como laboratório, na busca de compreender o meio ambiente pensando em possíveis futuros. O programa Labverde acontece anualmente. A edição de 2021 foi adiada para 2022 em decorrência da Covid-19. A documentação dos encontros anteriores (2013 / 2016 / 2017 / 2018 e 2019)  estão documentadas no site.

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