Se é mesmo verdade que Deus ajuda a quem cedo madruga, o deputado Pauderney Avelino (Democratas-AM) é um sério concorrente a uma cadeira das três vagas da bancada do Amazonas no Senado Federal. Confirmando que é candidatíssimo ao cargo, pode-se dizer que o parlamentar já está em campanha. Esta semana, em pleno recesso parlamentar, Pauderney visitou ao menos cinco municípios – Itacoatiara, Urucurituba, Maués, Boa Vista do Ramos e Novo Aripuanã.
Na quarta-feira, 30/01, durante um almoço com o diretor do BLOG DO MÁRIO ADOLFO, jornalista Mário Adolfo, ele confirmou que é pré-candidato ao Senado e vai encarar a tarefa como o maior desafio de sua vida pública. O que se observou no primeiro contato é que a coisa é pra valer. E que a campanha já começou fervilhando. O apartamento do deputado, num prédio do Vieiralves, estava apinhado de apoiadores, cabos eleitorais e assessores. Entre eles, alguns prefeitos do interior, deputados estaduais e vereadores, com quem o parlamentar conversa, um por um, em conversas reservadas e duradouras.
— Já cheguei perto na eleição de 2006, ficando em segundo lugar. Mas, cada coisa acontece no seu tempo. Agora, acredito que chegou a minha vez. Me sinto maduro para enfrentar esse desafio –, assegura o deputado.
Naquela eleição, Pauderney, um estreante na corrida ao Senado, conseguiu superar ate mesmo o lendário e quase imbatível Gilberto Mestrinho, que era candidato a reeleição e terminou em terceiro lugar. Pauderney ficou em Segundo, com 225.197 votos. Sem mandato, ele recomeçou do zero. Passou quatro anos visitando incansavelmente as base e retornou à Câmara Federal em 2010, com uma eleição estupenda de 100.199 votos.
PRIMEIROS PASSOS
Agora, Pauderney está dando os primeiros passos em sua caminhada rumo ao Senado e com uma grande chance de se eleger. Senão vejamos: em 2018, o Senado Federal, composto de 81 senadores, deve renovar boa parte de sua composição. E os ventos parecem soprar a favor de Parderney. No Amazonas, é quase certo que a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), diante desgaste politico da esquerda, concorra a uma vaga na Câmara dos Deputados. Já o senador Omar Aziz (PSD), se não for candidato ao governo, ainda terá mais quatro anos de mandato. O prefeito Arthur Virgílio (PSDB), que teria todas as chances de retornar ao Senado, alça um voo mais ousado: disputar a presidência da República.
Diante do quadro, resta a Pauderney disputar uma das duas vagas do Senado com o atual senador Eduardo Braga (PMDB) que, ao que tudo indica, vai dar uma pausa no sonho de retornar ao Governo do Estado –, e com aqueles que pretendem trocar a Câmara pelo Senado, entre eles os deputados Alfredo Nascimento (PR) e Silas Câmara (PRB).
Pauderney Tomaz Avelino nasceu em Eirunepé em 24 de setembro de 1954, tem 63 anos. É um engenheiro civil, empresário, político e presidente dos Democratas no Amazonas. Atualmente ocupa o cargo de secretrário-geral do Democratas Nacional e, há poucos meses, foi vice-líder de se seu partido na Câmara.
CONFIRA A ENTREVISTA
BLOG DO MÁRIO ADOLFO – Pela exposição na mídia nacional e pelo espaço que ocupa entre os apoiadores do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) e do próprio presidente da República, Michel Temer (PMDB), pode se dizer que o senhor é um dos políticos com mais expressivos do País. A que se deve isso?
PAUDERNEY AVELINO – Primeiro ao trabalho, perseverança e uma postura ética, cada vez mais difícil num país que tem poucos motivos para acreditar na classe política. Eu procuro honrar os votos que recebo e a confiança que o povo do meu estado deposita em mim. A prova disso é que estou no meu 6º mandato. Na minha trajetória, perdi apenas uma eleição. A de 2006, ao Senado. Mesmo assim fiquei em 2º lugar. Valeu como experiência.
BMA – Esse reconhecimento, então, é fruto de 30 anos de vida parlamentar?
PA – Acredito que a vida parlamentar é uma vitrine, não só para o nosso Estado de origem, mas em nível nacional. No Brasil de hoje, aqui se faz, aqui se paga. Os acontecimentos que abalaram o nosso País nos último anos são prova de que ninguém faz mais nada na calada da noite e muito menos fica impune. Meu comportamento tem sido observado e juLgado pelo eleitores do Amazonas e pela imprensa do meu País. O tempo, agora, é de colheita. Fui foi eleito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) um dos cem parlamentares mais influentes do Brasil. Aliás, essa é a 14ª vez que entro na lista como um dos “Cabeças do Congresso”. A seleção é um reconhecimento aos parlamentares que se diferenciam dos demais pelo protagonismo no processo legislativo, pela capacidade de conduzir debates, negociações, votações, articulações e formulações de ideias, liderando a repercussão e tomada de decisão.
BMA – Por que a candidatura ao Senado que deverá ser uma eleição difícil? A reeleição à Câmara Federal não seria mais fácil?
PA – Cumpri meu papel na Câmara dos Deputados, afinal, estou em meu 6º mandato. O Amazonas teve grandes senadores, que deixaram seu nome na história. Os grandes Arthur Virgílio Filho, Fábio Lucena, Jefferson Péres, Arthur Virgílio Neto e o próprio Eduardo Braga e Omar Aziz, que também são políticos de expressão nacional. Este é o topo da carreira no parlamento e também quero deixar minha contribuição e registrar meu nome na história política do meu Estado. Acho que este é o momento certo. Como disse lá atrás, cada coisa acontece no seu momento. E esse é o meu tempo de colheita, de tudo que plantei em minha trajetória política.
BMA – É claro que o poder de fogo de um senador é maior que de um deputado. Com isso, fica mais fácil de defender os pleitos do Estado, como a Zona Franca por exemplo que é uma eterna pedra no sapato dos amazonenses?
PA – Também isso. Mas, veja bem o peso de um senador. Para se ter uma ideia, entre outras coisas, cabe ao Senado Federal processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, o presidente e o vice-presidente da República, os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União; Aprovar, após sabatina pública, a escolha do presidente do Banco Central, do procurador–geral da República e de embaixadores do Brasil, além de autorizar a obtenção de empréstimos externos por parte da União, dos estados e dos municípios. Quer dizer, você é parte integrante da engrenagem que pode mudar o destino de um país. Quero fazer arte disso, mas como uma visão moderna, com um perfil daquilo que o povo busca e quer. Isto é, uma nova forma de fazer política. Com representantes que tenham a postura ética digna de um novo país. Um país que está sendo passado a limpo agora.
BMA – Essa viagens ao interior significam que o senhor já está em campanha?
PA – Na verdade estamos falando de uma pré-candidatura ao Senado. Algumas dessas viagens têm sido para cumprir agenda oficial. Mas é claro que, nesse espaço de tempo, tenho aproveitado a oportunidade para conversar com lideranças políticas que sempre estiveram ao meu lado e ao mesmo tempo, procurando atrair novas lideranças que começam a despontar no interior com uma outra postura. Tenho dado minha contrapartida como representante do Amazonas na Câmara Federal. E essas lideranças têm consciência disso. É com essas lideranças que vou marchar rumo ao Senado. E que Deus nos ajude!