Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, anunciou que suspendeu os testes com hidroxicloroquina em suas pesquisas para avaliar um tratamento contra o coronavírus. A decisão foi tomada depois que a revista The Lancet publicou um estudo sobre os riscos do remédio. Segundo Tedros, a "pausa" nas pesquisas será adotada até que a questão da segurança do remédio seja avaliada em detalhe. A pesquisa com 96 mil pacientes publicada na revista científica diz que o uso desse medicamento pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia. (As informações são do colunista da UOL, Jamil Chade).
A OMS insistia que não tinha evidências científicas do resultado positivo da hidroxicloroquina. Mas decidiu incluir o remédio nas pesquisas que estava conduzindo em cerca de 400 hospitais pelo mundo. Diante da constatação da revista de que o remédio pode representar um risco, a decisão foi a de suspender por enquanto a continuação dos testes. Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, explicou que, diante da incerteza, a opção da OMS foi pela "cautela" e suspendeu temporariamente os testes. "Queremos usar o remédio. Mas se for seguro", disse. Segundo ela, o resultado da revisão deve ser anunciado em uma ou duas semanas. Ela apontou como agências reguladoras de diferentes países alertaram sobre os riscos, enquanto pesquisadores ligados à OMS também questionaram a continuação dos testes.
O uso do medicamento é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e foi o principal ponto de divergência com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que deixou o cargo na semana retrasada. O protocolo foi publicado no momento em que o ministério é comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello.